sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Debate sobre distribuição, licenciamento e marketing de produções audiovisuais


A tarde de quinta-feira foi marcada pela mesa de debate sobre distribuição, licenciamento e marketing de conteúdo audiovisual, que aconteceu às 16 horas na sala de debates da Sociedade Recreio Gramadense. Entre os participantes estavam Patrick Connolly, representante da Sundance Films, Lídia Damatto, da FiGa Films, Laércio Bognar, da Vitrine Filmes, Carla Domingues, do canal Brasil, Jair Silva, da O2 Play e Paula Gastaud, do Sofá Digital.

Patrick Connolly comenta sobre as produções do canal Sundance          Foto: Pedro Kotz
Inicialmente os participantes se apresentaram e falaram sobre o trabalho que desenvolveram. Em seguida foram feitas perguntas relacionadas a produção e distribuição de filmes independentes em solo brasileiro. Patrick Connolly, representante do canal estrangeiro Sundance, comentou que vai trazer produções voltadas para o público brasileiro e latino através do Sundance Channel Brasil, tentando assim se consolidar no mercado brasileiro de conteúdo audiovisual. Carla Domingues, responsável pela distribuição de filmes do Canal Brasil, disse que o seu canal tem como principal objetivo exibir produções brasileiras, independentes e comerciais, tendo um conteúdo 95% nacional, exceto pela participação de alguns longas latinos que são exibidos no domingo. Ambos falaram a respeito das produções estrangeiras serem fortes concorrentes dos trabalhos nacionais, mas acreditavam que os canais precisavam ter um equilíbrio em relação ao conteúdo e que ele deveria ser distribuído de maneira que agradasse ao telespectador. Em relação ao marketing, Carla disse que o Canal Brasil busca divulgar o máximo o conteúdo nacional, com o objetivo de incentivar o público brasileiro a consumir o conteúdo produzido no país.  

Já o representante da Vitrine Filmes, Laércio Bognar, ressaltou que os filmes independentes sofrem com o número de salas de cinema no Brasil, que é relativamente pequeno comparado ao de outros países do mundo, fazendo com que os cinemas brasileiros priorizem os filmes blockbusters ao invés das produções independentes realizadas no país. Isso demonstra a preocupação dos cinemas em apenas lucrar em cima das suas salas, enquanto os produtores independentes sofrem para conseguir incentivo para os seus projetos. Ele ainda comentou que no Brasil as capitais São Paulo e Rio de Janeiro são as que dão mais lucro para as produções independentes, já as outras capitais acabam tendo uma rentabilidade menor. Isso se deve ao número de salas de cinema, pois como apontado por ele, é inviável levar filmes independentes para cidades do interior, porque em sua grande maioria não possuem muitas salas de cinema e o filme não lucraria o suficiente.

Laércio Bognar, representante da Vitrine Filmes         Foto:Pedro Kotz

Jair Silva, integrante da O2 Play, disse que o serviço On Demand veio para ficar e serviços de streaming como a Netflix conseguiram cativar o público através da possibilidade de assistir filmes e séries onde e quando quiser. Ele acredita que esse serviço não é um rival do cinema tradicional, mas que para que o cinema possa desfrutar dele é preciso se adaptar. No final da discussão os participantes chegaram ao consenso de que o cinema brasileiro está buscando encontrar novas maneiras para atrair seu público, principalmente se tratando de produções independentes. Eles também reconheceram que os filmes comerciais produzidos no Brasil vêm se destacando nas salas de cinema e aos poucos vem conquistando seu espaço em meio ao público.


Andrei Souza, acadêmico do 4º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale 

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