sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Melhores momentos do 45º Festival de Cinema de Gramado

O 45º Festival de Cinema de Gramado contou com inúmeros momentos marcantes desde a sua abertura oficial no quinta-feira, dia 17 de agosto. A equipe de cobertura da Universidade Feevale esteve presente em três dias do evento, tendo início no dia 22 e terminando no dia 24.


No primeiro dia em que a equipe se deslocou da universidade até a serra gaúcha, já encontramos o diretor de animação e Chief Executive Officer da produtora Otto Desenhos, Otto Guerra, que foi um dos homenageados desta edição do Festival. Na entrevista que realizamos, Otto salientou sobre acreditar que o cinema é uma grande arma política e que deve o seu sucesso por trabalhar através da sua liberdade e paixão.


O Museu do Festival também atraiu olhares do público, devido ao seu constante processo de atualização. Em uma conversa com a equipe da Feevale, a museóloga e curadora do museu, Daniela Schmitt, explicou: “o museu é vivo, ele nunca vai estar pronto, finalizado. Ele sempre irá trazer novas informações para dialogar com o público mais jovem. Esse não é um museu para adultos, queremos atender a todas as idades”. Daniela também contou que pretende ampliar o discurso no museu para abranger a cinematografia nacional, latinoamericana e norte americana.


Pouco antes da estreia do filme “A Fera na Selva”, o diretor e ator do longa brasileiro Paulo Betti conversou com o pessoal da equipe da Universidade Feevale. O ator comentou sobre o desafio de dirigir um filme de conteúdo filosófico e psicológico, baseado na obra literária de Henry James. “Ele não vive o momento presente então o filme é uma espécie de grito. Vamos viver aqui agora, talvez nós aqui estejamos vivendo o melhor momento de nossas vidas”, contou.


O segundo dia de cobertura iniciou com uma presença de peso. A equipe da Feevale entrevistou a atriz e parceira de direção do filme “A Fera na Selva”, Eliani Giardini.


Na tarde desse mesmo dia, o Palácio dos Festivais exibiu o documentário “Pitanga”, conta a história de Antônio Pitanga, ator consagrado, com mais de 60 filmes e 30 telenovelas ao longo de sua carreira. O longa-metragem foi dirigido por Camila Pitanga, filha de Antônio, e Beto Brant. Antes da exibição do filme, Antônio e Camila subiram ao palco e comentaram que o objetivo do documentário não é contar sua história e sim contar como o Brasil desenvolveu seu cinema, sua história, juventude e democracia. Antônio recebeu o Troféu Cidade de Gramado, que é entregue aos grandes nomes que contribuem para desenvolvimento do cinema nacional e do próprio Festival de Cinema na noite do dia 23.


O último dia de cobertura do Festival de Cinema contou com o depoimento do sócio do Canal Brasil, Paulo Mendonça, em um painel intitulado “Canal Brasil e o Cinema Brasileiro”. Segundo Mendonça, o intuito é não ter um olhar crítico, mas sim um olhar para o cinema brasileiro, prezando pela qualidade e relevância do material. Paulo Mendonça contou a trajetória do canal, ressaltando que que o país necessitava muito desse espaço exclusivo de representatividade de seu cinema.


A atriz e participante de programas exibidos pelo Canal Brasil, Bárbara Paz, estava presente na plateia do debate apresentado pelo sócio do canal. A equipe da Feevale conversou com a atriz, que comentou da importância de um Festival com tamanha grandeza. “O Festival abrange o cinema e a cultura brasileira e espero que dure por muitos anos. Me sinto honrada de poder comparecer e participar do júri deste evento”, disse.


Em uma conversa sobre Realidade Virtual, o diretor Ricardo Laganaro apresentou a evolução do AR (realidade aumentada) e VR (Realidade Virtual), que vem crescendo no mercado e produzindo conteúdo relevante. Para Ricardo essa é uma “máquina de teletransporte”, já que consegue levar o expectador a qualquer lugar, em qualquer ângulo. o diretor trouxe para a plateia uma pequena mostra do documentário Step to the line, que produziu nos EUA e conta como funciona um programa de reabilitação de uma prisão de segurança máxima. Laganaro foi enfático ao dizer que este não é o futuro do audiovisual, mas sim o presente.

Por fim, o último dia de cobertura da Universidade Feevale foi encerrado pela entrevista com Iuli Gerbase, assistente de direção do filme BIO. O longa documental conta a história de um homem que nasceu em 1959 e morreu em 2070. “A história é contada pelos personagens que conviveram com o principal. É a verdade sobre um homem que não sabe mentir”, contou Iuli, filha do diretor do filme, Carlos Gerbase. Quando perguntada com a relação com o seu pai, revela que Carlos é um diretor muito flexível, ressaltando: “já tive experiências com outros diretores, mas trabalhar com o meu pai não me decepcionou”. O filme foi exibido pela primeira vez na noite do dia 24 e reapresentado na manhã do dia 25.

Confira a galeria de fotos aqui! 


Eduarda Spanevello, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Um passo além das linhas

O diretor Ricardo Laganaro apresentou o painel Filmando com Realidade Virtual. O principal objetivo da conversa foi destacar a revolução do AR (realidade aumentada) e VR (Realidade Virtual), que vem crescendo no mercado e produzindo conteúdo relevante. Ricardo foi responsável pela criação da experiência do domo de entrada do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro e é parte da equipe da O2 Produtora. Durante sua fala ficou evidente seu entusiasmo pela tecnologia de realidade virtual e a crença de que, sim, é possível produzir conteúdo relevante para essa ferramenta.

Ricardo Laganaro | Foto: Julia Augsten

A grande revolução do VR aconteceu a partir de 2014, quando grandes empresas, como Google e Facebook investiram na tecnologia. Para Ricardo essa é uma “máquina de teletransporte”, já que consegue levar o expectador a qualquer lugar, em qualquer ângulo. Ainda falando sobre produzir conteúdo de relevância, o diretor trouxe para a plateia uma pequena mostra do documentário Step to the line (Um passo para a linha), que produziu nos EUA e conta como funciona um programa de reabilitação de uma prisão de segurança máxima.

Laganaro foi enfático ao dizer que este não é o futuro do audiovisual, mas sim o presente. Essa mudança está acontecendo e virá cada vez com mais força, sem tirar o espaço de outras mídias, como a TV e o cinema. A quebra da quarta parede é cada vez mais evidente, e todos nós, agradecemos essa nova perspectiva e imersão.

Solange Flores – Acadêmica do 6º semestre de Jornalismo Universidade Feevale

O documentário impossível de Carlos Gerbase tem estreia marcada para esta noite do dia 24

 “Mais do que falso, é um documentário impossível”. Narrado por 39 pessoas diferentes, o longa-metragem BIO conta a história de um homem que nasceu em 1959 e morreu em 2070, apresentando os momentos mais marcantes de sua vida. A história propõe um jogo de interpretação e imaginação com o público.


Guilherme Trescastro, Gustavo Rubert, Larissa Carlosso e Iuli Gerbase | Foto: Caique Cardozo

O elenco de BIO reúne nomes consagrados do cinema brasileiro, como Marco Ricca, Maitê Proença e Werner Schünemman, além de artistas do teatro e do cinema do Rio Grande do Sul, como Carla Cassapo e Felipe de Paula. 
Filmado em Porto Alegre, a obra foi dirigida e roteirizada por Carlos Gerbase, cineasta e Fundador da Casa de Cinema em Porto Alegre. 
A assistente de direção de Carlos Gerbase, Iuli Gerbase, sua filha, conversou com a equipe de cobertura do 45º Festival de Cinema de Gramado da Universidade Feevale. Iuli conta que a ideia principal de BIO é visualizar a história principal de um personagem, sem ele nunca aparecer. “A história é contada pelos personagens que conviveram com o principal. É a verdade sobre um homem que não sabe mentir”, contou. 


Larissa e Iuli | Foto: Caique Cardozo
Iuli relata que está ansiosa pela estreia, pois é uma história complexa, que se passa em várias épocas diferentes. A relação de Iuli com o seu pai também foi um dos assuntos discutidos na entrevista. “Já tive experiências com outros diretores, mas trabalhar com o meu pai não me decepcionou. Ele é um diretor muito flexível”, disse.
O filme BIO vai ser exibido pela primeira vez às 19 horas deste dia 24 e reapresentado na manhã do dia 25.

Eduarda Spanevello, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale

Subte Polska: filme argentino no conexão painéis

O filme retrata a história de um senhor que foi voluntário na Guerra Civil Espanhola e sua vida inteira morou em Buenos Aires. Agora, em sua velhice, as memórias da época da guerra misturam-se em sua mente, confundindo o presente com o seu passado, causando devaneios.

Foto: Vítor Tavella
       A sua idade avançada vem acompanhada de poucos momentos de lucidez total, mas estes lhe causam um sentimento único, fazendo-o ter lembranças boas de seu passado. O metrô foi construído com sua ajuda, retornando a ele as memórias de seu primeiro amor. Porém sua mente fica confusa com as pílulas que lhe dão para ficar consciente, não sabendo distinguir as memórias passadas das memórias recentes. Para ele as pílulas que médicos lhe deram para tomar fazem com que perca esses doces momentos de seu passado.

        Produzido e dirigido pelo renomado diretor Alejandro Magnone, o filme argentino não esta concorrendo no festival apenas foi convidado à exibição. A duração é de 90 minutos, com idioma em espanhol e legenda traduzida para o inglês. 

Judite de Souza acadêmica de Jornalismo da Universidade FEEVALE

Painel aborda produções canadenses - Indústria cinematográfica do Canadá busca parcerias

O Canadá é reconhecido mundialmente pela sua indústria cinematográfica. Vancouver, Toronto e Montreal concentram a maior parte das produtoras e estúdios de televisão e cinema. As primeiras produções do país datam do fim do século XIX.

Na manhã desta quinta-feira, 24, um dos painéis do 45º Festival de Cinema de Gramado abordou as produções cinematográficas do Canadá. O painel “Financiando e produzindo com o Canadá”, iniciou às 11 horas, no Hotel Serra Azul.

Amber Fares, Raphaelle Lapierre e Patricia Emidio | Foto: Caique Cardozo

Neste momento, a Vice-Cônsul do Canadá, Raphaëlle Lapierre-Houssian, apresentou dados da produção de filmes e TV no país. Em 2014, esta indústria gerou 148.500 mil empregos fixos. O orçamento destas produções ficou em 7 bilhões de dólares. Neste ano, mais de 85% dos filmes canadenses estavam disponíveis na TV, principal plataforma para assistir as criações do país.

Foto: Caique Cardozo
Em entrevista para a nossa equipe, Raphaëlle, conta que os recursos do governo e a grande quantidade de centros de estudo sobre cinema impulsionaram o mercado canadense. Além disso, a integração das culturas inglesa e francesa potencializou o cinema do país. Para continuar crescendo, o mercado canadense busca parcerias nas produções de filmes com outros países, como o Brasil.

Caroline Staudt, acadêmica do 6º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale.

Paulo Mendonça e Canal Brasil – o cinema vive

O Festival de Cinema de Gramado contou com a presença de Paulo Mendonça, sócio do Canal Brasil, em um painel intitulado “Canal Brasil e o Cinema Brasileiro”. Fundado em 1997, o canal exibe apenas filmes nacionais de diferentes épocas e metragens. Segundo Mendonça, o intuito é não ter um olhar crítico, mas sim um olhar para o cinema brasileiro, prezando pela qualidade e relevância do material. Barbara Paz e Paulo Betti, que participam de programas transmitidos pelo Canal Brasil, estavam presentes na plateia.

Paulo Mendonça | Foto: Larissa Carlosso 

Paulo Mendonça contou a trajetória do canal, as dificuldades em relação a orçamento, grade de programação e estigma do público, já que por muito tempo foi considerado “o canal de filmes velhos”. Ressaltou que o país necessitava muito desse espaço exclusivo de representatividade de seu cinema. 

Ao longo de sua existência, o canal passou por inúmeras dificuldades, chegando perto de fechar as portas nos anos 2000. Foi a partir de 2005, que as coisas começaram a fluir.

Paulo Mendonça | Foto: Larissa Carlosso 
De lá para cá já foram produzidos cerca de 180 shows para diversos artista. Os números são uma ode ao Brasil e sua arte. Ao todo já foram exibidos 4.440 filmes, curtas e longas-metragens e 267 co-produções, assistidos por cerca de 12 milhões de assinantes.
 
Solange Flores – Acadêmica do 6º semestre de Jornalismo Universidade Feevale

Diretores de longas brasileiros compõem a mesa de debates do dia 24

Carlos Eduardo Lourenço Jorge, coordenador dos debates dos filmes exibidos na 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado, iniciou mais uma sessão de discussões nesta manhã do dia 24.
A mesa de debates foi composta pelos diretores dos curtas-metragens apresentados na noite do dia 23: Cabelo Bom, de Claudia Alves e Swahili Vidal e #Feique, de Alexandre Mandarino e Pedro Lucas de Castro. 

Swahili Vidal, Claudia Alves, Carlos Eduardo, Alexandre Mandarino e Pedro Lucas de Castro | Foto: Caique Cardozo

O orçamento dos filmes foi a discussão proposta pelos diretores do filme #Feique, que apontaram os desafios da produção de um filme comercial. "Nosso principal objetivo em ter o máximo de qualidade com o mínimo possível", comentou Alexandre. O diretor da obra salientou sobre a sua pré-produção e a importância de procurar a grandeza atrás da simplicidade. "Nós pecamos na organização, mas conseguimos produzir o #Feique pela ajuda dos nossos amigos. Conseguimos arrumar os cenários dois dias antes das gravações oficiais", complementou Pedro, também diretor do curta. 


Claudia Alves, diretora de Cabelo Bom, comentou sobre o manifesto social contido na mensagem principal do filme. "Eu, como mulher, sabia que estava na hora de ter uma fala feminina. Queríamos mulheres de trajetórias diferentes para exprimir o grito de liberdade que tanto almejamos". 

Claudia Alves | Foto: Caique Cardozo 

Por fim, Swahili contou sobre o resgate da transparência presente em Cabelo Bom. "A questão do cabelo do afrodescendente deve ser mostrado. São as nossas origens e não há razão para escondermos quem realmente somos", disse. 
Eduarda Spanevello, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A história e a cultura latino-americana no lançamento do livro Hablemos de Cine:

Escrito por Isaac León Frias e Frederico de Cárdenas, o livro Hablemos de Cine foi tema de debates nesta tarde do dia 23 na 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado.

A obra reúne textos e entrevistas dos 52 anos da revista "Hablemos de Cine", retratando a crítica presente no cinema latino-americano, em especial, o peruano. O intuito dos escritores é apresentar a história da cinematografia da América Latina, expondo os marcos sociais e culturais presentes em cada época e despertando o interesse da nova geração de cineastas. 

Isaac León Frias | Foto: Luiza Bangel

Isaac iniciou sua fala contando da alegria que sente em poder explanar a história do cinema da América Latina, enfatizando o processo de pré-produção das obras. Ele contou, também, sobre a sua vontade de conhecer mais filmes de outros países e integrar suas culturas. "Publicamos muitas entrevistas e muitos textos, mas queríamos algo mais analítico. Nosso principal problema era o pouco contato entre os países latino-americanos", disse. 

Isaac León Frias | Foto: Luiza Bangel
O debate foi encerrado com perguntas da plateia para o autor da obra. Dentre as respostas, Isaac contou sobre o seu envolvimento no Festival Internacional Viña del Mar, que comemora 50 anos em setembro deste ano. "O envolvimento dos jovens nos festivais é o que mais me alegra. Minha motivação é lembrar que os novos cineastas estão resgatando suas origens e farão obras magníficas em nome da América Latina".

Eduarda Spanevello, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale.

Lançamento do livro “Bernardet 80: Impacto e Influência no Cinema Brasileiro”

Na tarde desta quarta-feira, a Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) lançou o livro “Bernardet 80: Impacto e Influência no Cinema Brasileiro”, inspirado na obra e carreira de Jean-Claude Bernardet, homenageando o autor em seus 80 anos. O livro traz depoimentos de cineastas, críticos e pesquisadores. Luiz Zanin, um dos autores do livro, esteve presente no lançamento juntamente com Ivone Pinto e Orlando Margarido, organizadores do projeto.

Foto: Luiza Bangel

Jean-Claude, muito atuante na imprensa paulista, teve importante papel como escritor e crítico do cinema brasileiro. Somado a isso nos últimos anos atuou como ator. Com um conhecimento sempre crescente mirava o desafio e sempre procurava fazer algo diferente, fugindo do enfoque tradicional do restante da crítica, nunca se acomodava. Sua principal característica era a reinvenção permanente de sua obra.

Kassiane Michel, acadêmica do 2º semestre de jornalismo na Universidade Feevale.

45° Festival de cinema de Gramado exibe filme internacional na Mostra de Festivais


Nesta quarta-feira, dia 23, durante a programação do 45° Festival de Cinema de Gramado, ocorreu a Mostra de Festivais Convidados Punta del Este. O evento da programação ocorreu no Teatro Elisabeth Rosenfeld e foi exibido o longa "Santa Y Sandrés", dirigido por Carlos Lechuga.

O drama longa-metragem  já foi exibido em Festivais, como o Festival Internacional de Cinema de Toronto em 2016 e agora na 45° edição do Festival de Cinema de Gramado.

Santa Y Sandrés foi exibido em espanhol e legendado em inglês. O filme retrata Cuba durante a pós-revolução comunista, mostrando personagens que não conseguem buscar ajuda para seus problemas pessoais por conta de desavenças políticas, além das consequências e o sofrimento quando passamos por privação social.

Vitória de Góes, acadêmica do 2° semestre de Jornalismo

“Pitanga” e o poder do cinema brasileiro

Na tarde da quarta-feira, 23, o Palácio dos Festivais exibiu o documentário Pitanga. O longa documental  dirigido por Camila Pitanga e Beto Brant, conta a história de Antônio Pitanga, pai de Camila e ator consagrado, com mais de 60 filmes e 30 telenovelas ao longo de sua carreira.

Antes da exibição do longa Antônio e Camila subiram ao palco para agradecer o carinho do público e ressaltaram a importância do projeto. Para Antônio o grande objetivo do documentário não é contar sua história e sim contar como o Brasil desenvolveu seu cinema, sua história, juventude e democracia. Camila por sua vez, acredita que o documentário tenha o papel de mostrar um país tão diferente, mas tão atual, que aborda questões raciais e sociais ainda importantes dentro da nossa atualidade.

Camila Pitanga e Antônio Pitanga | Foto: Luísa Krummenauer

Antônio citou Nelsinho Gonzaga: “Se querem me homenagear, que seja feito ainda em vida” e disse ter ficado relutante quando ouviu a ideia do documentário, ainda assim, embarcou no projeto e se encantou com o resultado. As filmagens contaram com a participação de várias personalidades, como, Caetano Veloso, Maria Bethânia, essa que foi a primeira namorada de Antônio, e o ator Othon Bastos, além de amigos próximos.

Trazendo momentos marcantes de sua vida e carreira, com trechos de suas obras como O Pagador de Promessas (1962), Barravento (1962) e O Senhor dos Navegantes (1963), algumas fotos de sua participação em peças de teatro e em telenovelas.

Camila Pitanga e Antônio Pitanga | Foto: Luísa Krummenauer
Apesar de falar do passado, em momento algum o longa deixa de ser alegre e leve, sem nostalgia melancólica. Cumpre seu papel de contar a trajetória de um homem que lutou e luta para perpetuar a arte e a liberdade de expressão no país em que vivemos.

Antônio recebe na noite de hoje o Troféu Cidade de Gramado, que é entregue aos grandes nomes que contribuem para desenvolvimento do cinema nacional e do próprio Festival de Cinema.

Solange Flores, acadêmica do 6º semestre de jornalismo Universidade Feevale

Paulo Betti bate um papo super descontraído com os alunos da Feevale

Durante a 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado o ator brasileiro Paulo Betti lançou o filme “A Fera na Selva”, que estrela e dirige em parceria com Eliane Giardini. Antes do lançamento conversou com o pessoal da Universidade Feevale na tarde da terça-feira(22). O ator contou aos alunos um pouco de como funciona o projeto desenvolvido para o lançamento do filme.

Paulo Betti | Foto: Renata Ramos

“Eu tenho a maior felicidade de estar falando com vocês, porque eu tenho esse projeto de transmídia.”
- comenta Paulo no início da conversa, quando citado que os alunos estavam trabalhando em diversas plataformas, como TV, rádio e redes sociais. Fera na Selva tem uma divulgação diferente, que envolve livro e filme com o público numa maneira didática pela internet, com um curso.

Durante os dias do Festival, Paulo tem coletado e-mails do público em suas apresentações e entrevistas, para possíveis participações no projeto.Não é fácil lançar um filme de conteúdo filosófico e psicológico, e ainda baseado em uma obra literária. Decidi aprofundar isso.” explica Paulo.

Paulo Betti | Foto: Renata Ramos

O filme é baseado no livro do escritor americano Henry James e conta a história de um casal e de uma estranheza que existe neste casal, que é o fato deles se submeterem a uma piração do homem, que acha que algo extraordinário vai acontecer em sua vida e vive para isto.
“Ele não vive o momento presente então o filme é uma espécie de grito(...) vamos viver aqui agora, talvez nós aqui estejamos vivendo o melhor momento de nossas vidas.” - Paulo observa o filme com um grande peso psicológico, mas que atinge a ideia de projeto missionário dele.

Ele ainda ressalta que estar em Gramado, no Festival de Cinema, não é um mundo real, para ele é definitivamente um sonho. E encerra a entrevista de uma maneira descontraída, entregando CD’s para os alunos e reforçando a participação no projeto do filme.

Marina Staudt, acadêmica do 6º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale

Diretores e atores compõem a mesa de debates do dia 23

“A arte de tornar o simples em algo grande é uma marca do cinema brasileiro”. Com essa frase de Carlos Eduardo Lourenço Jorge, jornalista e coordenador dos debates da 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado, iniciou-se a discussão sobre os filmes exibidos na noite do dia 22.

Os filmes apresentados foram: Telentrega, dirigido por Roberto Burd, que narra a história de Elias, interpretado por Nando Cunha, um pai que aguarda o transplante cardíaco do filho e; Sal, dirigido por Diego Freitas e estrelado por Guilherme Rodio, que explana a área psicológica por trás do canibalismo.

Nando Cunha iniciou a discussão comentando sobre o desafio de encaixar-se com as ideias dos diretores e desempenhar um papel que o agrade. "Eu queria partir para o cinema, fugir um pouco da televisão. Corri atrás das oportunidades, mas como eu sou negro, é muito mais difícil. Muitos diretores olham para mim pela cor da minha pele e não pelo meu trabalho", disse.

Nando Cunha, ator | Foto: Luiza Bangel

Roberto Burd complementou a fala de Nando, contando sobre a conexão que teve com o ator para elaborar o roteiro do longa-metragem. Além disso, o diretor contou sobre as cenas de ação e como tornou-as tão reais: "As pessoas acharam que os acidentes contidos no filme eram reais e inclusive chamaram a ambulância".

Após isso, Diego Freitas comenta sobre a pré-produção do curta Sal, enfatizando a loucura de gravar um filme em um prazo curto: "Apelei para os meus amigos, ensaiamos em uma semana é geralmente tudo de madrugada", disse.

A difícil preparação para entrar em um papel foi a principal fala do ator Guilherme Rodio: "Precisei me preparar e aceitei o papel pelo desafio de entrar no personagem. Eu quis procurar justificativas psicológicas para passar o que foi visto na tela", contou.

Nando Cunha, Roberto Burd, Carlos Eduardo e Diego Freitas e Guilherme Rodio | Foto: Luiza Bangel

Por fim, Carlos Eduardo elogiou a história por trás de cada filme, em especial Sal e enfatiza o canibalismo existente em todas as relações como forma metafórica: "O impacto desses filmes é visível em cada espectador, pois é uma forma de exibir o que é real em cada um de nós. Devora-se a alma além do corpo". 

Eduarda Spanevello, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Desarquivando Alice Gonzaga

A premiada diretora Betse de Paula trouxe a 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado o filme Desarquivando Alice Gonzaga, que conta como foi crescer em volta da primeira produtora de cinema do Brasil, a Cinédia, criada por seu pai Ademar Gonzaga um ano antes de seu nascimento em 1930 e do desenvolvimento do cinema brasileiro a partir desta década.

Adhemar fundou o primeiro clube de cinema nacional, O Paredão onde um grupo de apaixonados por cinema assistiam a filmes, debatiam e posteriormente escreviam na revista Cinearte, também criada pelo mesmo. O legado que o carioca, jornalista e cineasta deixou para sua filha que é mostrado no filme foi a responsabilidade de organizar todos os trabalho que foram produzidos pelo estúdio. Adhemar foi diversas vezes a Hollywood para fazer estágio e foi onde aprendeu a manusear equipamentos técnicos para desenvolver suas produções no Brasil e assim montou seu estúdio, com máquinas e laboratórios de fotografias e iniciou a carreira do cinema nacional. Suas obras mais reconhecidas em que trabalhou como diretor são Barro Humano, Alô Alô Carnaval com a grande artista Carmem Miranda e O Ébrio.

Betse de Paula | Foto: Gabriel Costa
Para a diretora do filme, a personagem principal, Alice é a rainha mãe do cinema brasileiro, por todo seu conhecimento e carinho pelo cinema. Segundo Alice, Betse retratou sua essência, já que a arquivista faz esse trabalho desde os seis anos de idade e se sentiu extremamente confortável em frente as câmera, por também ter esse convívio desde que nasceu e de ter trabalhado como atriz quando criança. Como Alice mesmo coloca, é caprichosa na organização dos filmes e foi isso que o longa mostrou, uma mulher organizada e decidida a manter a herança da paixão pelo cinema que veio desde seu avô que foi um dos primeiros investidores nos filmes nacionais até seu pai que fez o cinema acontecer.

Betse de Paula | Foto: Gabriel Costa
A diretora explica abaixo qual foi o intuito dela de fazer o filme:
"Eu queria contar o início do cinema brasileiro, como foi difícil, de uma pessoa que sacrificou sua fortuna por uma paixão, da paixão pelo cinema e de como isso passou isso de pai para filha. Conheci a Alice em festivais, acredito que o Adhemar foi a primeira grande tentativa na indústria cinematográfica nacional, ele trabalhou com muita gente importante, atores e diretores e foi uma pessoa que deu muita força para esse trabalho existir, acredito que ele foi uma pessoa fantástica."

Ela também contou como entrou para a carreira de cineasta:

"Assim como a Alice sempre fez arquivos eu sempre fiz cinema, ganhei uma câmera aos 12 e com 15 já comecei a fazer filmes, tentei fazer outra coisa, iniciei ciências sociais, mas desisti, gosto mesmo é de dirigir, a primeira vez que vim ao Festival de Cinema de Gramado foi como assistente de direção em 1987 e eu fiquei louca, assisti os melhores curtas da minha vida e assim quis trabalhar para fazer o mesmo."

Miluna Rilo Ayala, acadêmica do 4º semestre de jornalismo

A Liga dos Canelas Pretas Retrata o Racismo Histórico Brasileiro

Racismo, conscientização e a triste história brasileira. Esses são alguns temas retratados neste curta de 26 minutos.

Antônio Carlos Textor, reproduz e conta a inserção do negro na sociedade gaúcha, com enfoque nos últimos anos do século XIX e início do século XX. Resgatando a triste - e pouco retratada - história de uma agremiação pioneira de futebol: a Liga dos Canelas Pretas, o diretor entra na consciência dos espectadores e trás a reflexão a respeito do racismo histórico brasileiro.

Textor nos conta sobre uma liga a qual promovia campeonatos com os jogadores negros, já que os mesmos eram negados de atuar nos times de futebol naquele momento. Com inserções gravadas este ano, ilustra-se no documentário como ocorreu o processo de ingresso dos negros não só no futebol mas na própria sociedade rio-grandense.

O curta buscou apoio em pesquisadores e raros documentos, entre eles o professor de Antropologia da UFRGS, Arlei Sander, o músico Giba Giba e o radialista e produtor cultural, Claudinho Pereira. Ainda relata o processo de branquiamento da sociedade portoalegrense, com a retirada dos negros que viviam no atual bairro de classe média alta, Rio Branco. Também há é fortemente citada a importância da Cidade Baixa na remodelação para a Porto Alegre de hoje.

A Liga dos Canelas Pretas é uma produção viabilizada com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, e destina-se a exibições em universidades, escolas, museus, cineclubes e casas de cultura, sempre com entrada franca.

Foto: Reprodução

Título: A Liga dos Canelas Pretas
Direção: Antonio Carlos Textor
Produção: Antonio Carlos Textor
Produção 100% patrocinada pelo BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) por meio da Lei Rouanet
FullHD - 26 minutos - 2017 - Som 5.1 - Brasil

Pietro Pasqualotti, acadêmico do 3° semestre de Relações Públicas

Cineastas Latino-Americanos debatem os 50 anos do Festival Viña Del Mar

 As idéias cinematográficas dos anos 1960 em comparação às modernidades da nova geração de cineastas foram os assuntos centrais discutidos no encontro dos 50 anos do Festival Viña Del Mar, realizado nesta tarde do dia 22 na 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado.

Pedro Zurita | Foto: Laura Stein

            Reconhecido por todos os países da América Latina, o Festival Internacional de Cinema Viña Del Mar completa 50 anos em 2017. O encontro reúne cineastas latino-americanos para a discussão dos temas apresentados em tela e suas realidades sociais e culturais. A 50ª edição ocorrerá entre os dias 5 e 9 de setembro de 2017. 

Eva Piwowarski | Foto: Laura Stein

            Dentre os convidados para o debate, compareceram Eva Piwowarski, atriz, produtora e diretora argentina e Pedro Zurita, ator, produtor, diretor e professor de cinema chileno.  
            Eva iniciou sua fala dando ênfase aos jovens cineastas dessa geração, que estão em um processo criativo contrário do modelo “mais antigo”. "A história não começa quando nós chegamos, portanto devemos lembrar as origens e dos antigos cineastas. Os anos 60 foram marcados por revoluções sociais e culturais, animando as utopias e estando presentes nas marcas cinematográficas", destacou.

Foto: Laura Stein

            Já Pedro destaca o seu interesse pelo cinema que lida com a falta de censura, mostrando a realidade do povo Latino-Americano. "O cinema para mim é uma eterna descoberta de liberdades, culturas e lugares", disse. Pedro também comenta sobre as diferenças das épocas cinematográficas em questão, informando que o cinema “velho” desperta a consciência do espectador, enquanto o modelo novo é considerado individualista.
            O debate foi encerrado com os comentários de Beto Rodrigues, que enfatizou a importância de buscar inspirações nas raízes Latino-Americanas. “O cinema é um grito de liberdade e expressão, sendo um retrato da realidade em uma tela”.

Eduarda Spanevello, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale

Mostra de Curtas Estrangeiros Sofre Imprevistos

No quinto dia do 45º Festival de Cinema de Gramado, 22 de agosto, deveria ocorrer a mostra de produções canadenses no Museu do Festival. A mostra denominada Canadá/Programa 3 contaria com a apresentação de cinco curtas animados The Tender Tale of Cinderella Penguin dirigido por Janet Perlman, The Cat Came Back de Cordell Barker, When the Dust Settles de Louise Johnson, Lights for Gita de Michel Vo e The Owl who Married a Goose: An Eskimo Legend produzido por Caroline Leaf, desses apenas os primeiros três foram apresentados a público.

Foto: Débora Wissmann

 A sala do Cine Shangai estava lotada, havia empolgação por parte dos expectadores, contudo devido a problemas técnicos, a programação de apresentação dos filmes do dia 22 de agosto foi alterada, e repassaram as animações do dia 21 de agosto. O disco em que estavam armazenados os filmes não estava funcionando corretamente, possuíam problemas no áudio e na velocidade com que passavam o vídeo.

Foto: Débora Wissmann

The Tender Tale of Cinderella Penguin se traduz em uma versão do conto de fadas, Cinderela, formada inteiramente por pinguins, a animação apresenta um final mais completo para os que prestarem atenção aos créditos. O segundo filme, The Cat Came Back, conta as desventuras de um senhor que ao adotar um gatinho amarelo se vê em uma trama similar a de Tom e Jerry. O terceiro curta e último apresentado, When the Dust Settles, constitui a estória de dois roedores que moram em tocas vizinhas e vivem em "pé de guerra".

Foto: Débora Wissmann
Antes de a mostra começar entrevistamos a curadora do Museu dos Festivais onde a mesma é apresentada. Daniela Schmitt, museóloga, explicou que os filmes apresentados no período da tarde não fazem parte da competição, estão ligados ao festival como forma de integrar as produções do país homenageado, Canadá, na programação do evento. A curadora falou dessa relação entre o Brasil e o Canadá no âmbito cinematográfico e a parceria para a realização do festival: “Como o Canadá é o país parceiro do Festival, que está cada vez mais presente nas produções audiovisuais e animações, estão passando a Mostra Canadá às 15h00 no Museu do Festival e é nesse contexto que se insere a colaboração entre o festival e o museu para homenagear esses filmes”.


Texto: Marina Telles, acadêmica de 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale

Diretora Gaúcha Exibe Experiências e Histórias das Mulheres do São Pedro

"Som Sem Sentido", dirigido por Gabriela Bervian, trás à tona o dia-a-dia das mulheres que vivem no Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre.

O filme, considerado um média-metragem; 52 minutos; teve produção ocorrida entre 2014 e 2016. Nele, a diretora retrata em seu segundo filme não só a rotina das pessoas que moram no local, mas todo o sofrimento das mesmas e procura ouvir suas histórias, depoimentos e experiências.

Foto: Divulgação


O projeto da Produtora Pata Negra tem financiamento do Fumproarte, produção de Gilson Vargas e nasceu de uma curiosidade: desvendar as mulheres que vivem silenciosas nos corredores do Hospital Psiquiátrico mais famoso do estado. Gabriela depositou muito tempo e vontade ao captar as imagens. Foram dois anos intensos que permitiram mostrar a percepção intimista da realizadora ao adentrar nos corredores e quartos do São Pedro e, por conseguinte, ir a fundo nas suas próprias opiniões e percepções pré-estabelexidas a respeito da sanidade física e mental dos que convivem diariamente na sociedade, mas são deixados à beira da mesma.

Neste documentário, Bervian - conhecida como técnica e desenhista de som de diversas produções - entra na realidade das pacientes, respira o ar do hospital, perde-se no tempo e inspira para as telas muita intimidade.

Título: Som Sem Sentido
Direção: Gabriela Bervian
Produção: Gilson Vargas e Gabriela Bervian
Realização Pata Negra
Financiamento Fumproarte - Prefeitura Municipal de Porto Alegre
FullHD - 50 minutos - 2016 - Som 5.1 - Brasil

Pietro Pasqualotti, acadêmico do 3° semestre de Relações Públicas