sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Melhores Momentos 44º Festival de Cinema de Gramado

O 44º Festival de Cinema de Gramado contou com inúmeros momentos marcantes e inesquecíveis desde a sua abertura na sexta-feira, 26 de agosto. Uma novidade deste ano foram os valores acessíveis às salas de cinema do Palácio dos Festivais e ao Tapete Vermelho, R$ 30,00 para o público em geral e R$ 15,00 para estudantes e idosos.

No dia de abertura, antes mesmo da cerimônia oficial, houve a inauguração do Museu do Festival de Cinema de Gramado, contemplando não somente a história do Festival, mas da sétima arte no Brasil. Localizado no Palácio dos Festivais, com entrada ao lado do mesmo, tem 500m² e uma vista panorâmica para a cidade. O espaço conta também com interatividade única e totalmente tecnológica, em que o visitante pode viajar por toda a história do Festival e do cinema brasileiro desde 1973. Até a edição de 2017, a empresa responsável espera já ter terminado as instalações do Museu, com bonecos de cera.

Foto: Miron Neto
O filme nacional mais esperado do ano, “Aquarius”, foi apresentado logo no primeiro dia do festival e com grande entusiasmo por parte do púbico e crítica. Na própria sexta-feira aconteceram as primeiras manifestações contra o então vice-presidente Michel Temer e vaias ao secretário interino da Cultura, Marcelo Calero que fez seu pronunciamento oficial. Calero preferiu não se pronunciar sobre as acusações contra o atual governo e sobre a classificação imposta pelo ministério ao filme “Aquarius”.
Pelo sábado de manhã a coletiva do longa “Aquarius” foi extremamente marcante pelo aspecto politizado. “Aquarius é uma representação da vida no Brasil, e, exatamente por isso, é tenso, é emotivo, é enfurecedor” disse o diretor Kléber Mendonça Filho. — É um filme sobre ter uma opinião e defendê-la, dentro de uma democracia. O filme vem carregado de muita energia, inclusive política — complementou Kléber. Sônia Braga ainda reforçou: “Nunca é suficiente repetir que é golpe”.
Foto:Yves Herman
No domingo ocorreu a entrega dos prêmios da Mostra Gaúcha, mas o que marcou a noite em Gramado foram os protestos de “Fora Temer”. Assim que os o primeiro filme premiado da Mostra foi revelado, uma carta foi lida em que os profissionais e técnicos de cinema do estado denunciaram as chamadas “forças conservadoras que tramam um golpe no país”. O manifesto apresentado e lido, pede respeito pela liberdade de expressão e diz que um ataque à classe cinematográfica e cultural está ocorrendo. Além das manifestações particulares, no final, no momento em que a tradicional foto de todos os premiados iria ser tirada, surgiram cartazes de protesto e um coro de “Fora Temer” implodiu na plateia.

Foto: Almanakito
Estrela do cinema argentino e uma das "chicas de Almodóvar", a atriz Cecilia Roth foi homenageada na noite desta sexta-feira (2) no Festival de Cinema de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul. Ela é a primeira mulher a receber o Kikito de Cristal, distinção dada a representantes do cinema latino.
Foto: Edison Vara
O ator Nelson Xavier, conhecido por papeis memoráveis no cinema e na televisão brasileiras participou do 44º Festival de Cinema como jurado dos longas-metragens brasileiros em competição. Nelson não fez entrevistas por estar sendo jurado, mas conversou com os fãs e jornalistas rapidamente, mostrando seu carisma e bom humor mesmo com seus 75 anos.
Foto: Kaliana Passarin
Tony Ramos foi homenageado em uma cerimônia emocionante em Gramado, na segunda noite do Festival de Cinema. Aos 68 anos e com 128 personagens no currículo da carreira que ultrapassa cinco décadas, o ator recebeu o Troféu Cidade de Gramado. Na estante, ele já guarda um Kikito recebido em 2001 pela interpretação em "Bufo & Spallanzani".
Foto: Edison Vara
O cineasta Domingos de Oliveira apresentou, na noite de sexta-feira (2) em Gramado, o filme "Barata Ribeiro, 716", encerrando a mostra competitiva do Festival de Cinema. Na trama, Caio Blat vive o alterego do cineasta, em uma história sobre a intensa boêmia carioca que termina no golpe de 64. "É um presente que ele me deu", destacou o ator sobre o papel. Antes da exibição, a equipe do filme cruzou o tapete vermelho, como é de costume, aplaudida pela plateia, que suportou a chuva fina e o frio na cidade - fazia 11°C. Na metade do percurso, Domingos estava à espera do grupo.
Foto: Cleiton Thiele
Homenageado na noite de terça pelo conjunto da obra, o ator, produtor e diretor José Mojica Marins não pôde estar pessoalmente no Festival de Gramado, mas enviou um vídeo, projetado na tela, vestido como o personagem Zé do Caixão, que o consagrou. "Zé do Caixão divulga o Brasil no mundo todo, mas em nosso país ainda não temos aquele aval com força total", lembrou Mojica antes de agradecer a homenagem.
Quem recebeu o troféu na homenagem foi a atriz Liz Vamp, filha de Mojica, que fez uma performance ao percorrer o tapete vermelho do festival. No percurso, ela chegou a morder pescoços de atores que a acompanhavam. Ela explicou que o pai não pôde viajar por recomendação médica, pois está prestes a fazer uma cirurgia de hérnia.
Foto: Fabio Braga
Pensando nos produtores independentes, o 44º Festival de Cinema de Gramado promoveu rodadas de negócios com foco em comercialização e distribuição. As produtoras interessadas inscreveram-se para agendar encontros com players interessados em projetos em etapa de pós-produção ou finalizados, em etapa de comercialização e distribuição. Importantes distribuidoras e canais do Brasil e exterior como FiGa Films (EUA), Sundance Channel (EUA), Canal Brasil, Globo News, Globo Filmes, Telecine, Sofá Digital, Box Brasil e Vitrine Filmes marcaram presença.
Foto: Cleiton Thiele
 Outro que brilhou nas telinhas foi o diretor, roteirista e ator Matheus Souza, que levou o seu filme “Tamo Junto” em que escreveu, dirigiu e atuou e também fez participação como ator em “Barata Ribeiro, 716”. Matheus, sempre irreverente e carismático, admitiu ter se entregue de vez à comédia. Em “Tamo Junto”, ao lado de Leandro Soares e Sophie Charlotte exibiu seu caráter engraçado e “geek” trazendo referências da sua vida e experiências próprias como o bullyng sofrido quando criança e as vezes que cita o desenho Pokemon e a saga Star Wars em seu filme.
Foto: Edison Vara
No curta-metragem “O Que Teria Acontecido Ou Não Naquela Calma e Misteriosa Tarde de Domingo no Jardim Zoológico”, Allan Souza Lima conta a história de Ian (Daniel Dantas), um homem de meia-idade obrigado a conviver com a frustração de não ter realizado nenhum de seus sonhos, mas um encontro inesperado irá tirá-lo violentamente de sua constante e imutável zona de conforto. O curta trouxe à tona ao público necessidade de encontrarmos que somos e soltarmos o animal oculto dentro de cada um.
Foto Carlos Macedo
No sábado (03) com a cerimônia de premiação encerrou as atividades do evento. Leonardo Machado, Marla Martins e Renata Boldrini, apresentadores do evento distribuíram os Kikitos. À noite ocorreu protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff. Paulo Tiefenthaler, ganhador do Kikito de melhor ator em “O roubo da taça”, gritou ao receber o troféu – Fora, temer! Vamos tirar esse cupim da nossa casa!
Outra manifestação teve destaque. Na entrega do prêmio de melhor curta-metragem brasileiro, o diretor do vencedor “Rosinha”, Gui Campos, subiu ao palco junto de sua equipe, a qual carregava faixas onde com os ditos "diretas já" e "resistir sempre". Gui ainda convidou mais cineastas a engrossar o coro de "fora Temer". – Nós aqui, presentes, nos pronunciamos contra o golpe e a favor da democracia brasileira. Disse Campos recebendo forte aplauso.
Foto: Carlos Macedo
Um dos momentos mais tocantes da noite de encerramento, foi quando Domingos Oliveira convidou o público a contar até 80, em homenagem ao seu aniversário deste número. Ele ganhou o Kikito de melhor diretor e melhor longa por “Barata Ribeiro, 716”.
Os prêmios mais importantes foram para “Rosinha” (curta-metragem brasileiro), “Guaraní” (longa-metragem estrangeiro) e “Barata Ribeiro, 716” (longa-metragem brasileiro). Entre os atores e atrizes, além de Paulo Tiefenthaler, ainda se destacaram Emilio Barreto, do longa estrangeiro Guaraní e Allan Souza Lima, do curta “O Que Teria Acontecido Ou Não Naquela Calma E Misteriosa Tarde De Domingo No Jardim Zoológico”. Andréia Horta, do filme “Elis”, Verónica Perrotta do estrangeiro “Las Toninas Van Al Este” e Luciana Paes, do curta “Aqueles Cinco Segundos”, ganharam as premiações de melhores atrizes.

Foto: Edison Vara

 Pietro Pasqualloti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Longa-Metragem de Produção Bilateral Brasil e Argentina Recebe Gritos e Aplausos em Pé

Foto: Divulgação

O filme “Esteros” (estuários em português), é um longa de produção bilateral e coprodução entre produtoras brasileiras e argentinas. A história passa praticamente toda na cidade de Paso de Los Libres, fronteira entre Brasil e Argentina, cidade natal do diretor Papu Curotto. A história conta a trajetória do amor de infância entre Matias e Jerônimo, amigos, que cresceram brincando em uma casa próxima aos estuários, o que dá nome ao filme, da família de Matias. Com o passar dos anos eles de distanciam porque Jerônimo – mais quieto – vai para o Brasil. Contudo, acabam encontrando-se mais tarde quando Jerônimo está namorando e de volta à cidade argentina.

A trama traz a tona a paixão, o romance e a sexualidade de ambos, desde pequenos. O diretor conta como foi a escolha dos atore mirins: “Não escolhemos atores, fomos em escolas da região apresentar a ideia e falar sobre sexualidade, amor e questões de gêneros. E assim acabamos conversando com duas famílias que falaram com os filhos e eles toparam participar”.

O cenário físico foi muito importante para a gravação do filme, com horizontes inacabáveis e linguagem única. A fronteira geográfica experimentada entre Brasil e Argentina também se torna uma fronteira psicológica nos personagens, sendo a sexualidade e a questão de gênero tocada desde que eles eram crianças, e sendo idealizada entre homossexual/heterossexual e infância/adolescência/fase adulta.
Papu nos contou na coletiva ocorrida na sexta-feira (2) a dificuldade que foi realizar gravações com os menores, em que não mostrasse cenas realmente de sexo e paixão carnal mas que deixasse claro o amor entre os dois. O diretor ainda disse “um deles relutava mais pois vinha de uma família mais conservadora, o outro foi mais tranquilo”.

Primeiramente o filme foi inscrito em festivais com tema homossexual, entretanto, fez tanto sucesso entre todos os públicos que acabou sendo selecionado em festivais na Espanha, França, Alemanha, Canadá, Chile, Argentina, Uruguai, Nova Iorque, Miami, Hong Kong e Brasil. A história deixou de ser somente de sexo entre dois homens, mas passou a ser de amor, paixão e conflito de sexualidades entre dois personagens icônicos.

Depois de rodado no cinema do Palácio dos Festivais na quinta-feira (1) à noite, o público começou com as palmas cotidianas. Entretanto, gritos começaram a aparecer na plateia, assim como assovios e os espectadores se levantaram para aplaudir.

FICHA TÉCNICA

Direção: Papu Curotto.
Empresa Produtora: Hain Cine.
Roteiro: Andi Masturini.
Produção Executiva: Santiago Podestá.
Elenco: Ignácio Rogers, Esteban Masturini, Renata Calmon, Joaquín Parada, Blas Finardi Niz, Marcelo Subiotto, Pablo Cura e Mariana Martinez.
Direção de Fotografia: Eric Elizondo.
Direção de Arte: Augusto Latorraca.
Trilha Musical: Leo García, Rudi e Nini Flores.
Montagem: Luz Lopez Mañe.
Desenho de Som: Marcos Zoppi e Emiliano Biaiñ.


Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale

Sin Norte Representa a Divagação do Ser Humano e os Erros Cometidos


Sin Norte | Foto: Divulgação
O filme “Sin Norte” (Sem Norte, ou melhor, “Sem Rumo”) tem dois personagens principais retratados: Esteban (Koke Santa Ana) e Isabel (Geraldine Neary) e nos mostra como as nossas obsessões e objetivos às vezes se tornam passageiras e nem sempre verdadeiras. Esteban segue os passos de Isabel, o que parece ser sua namorada ou noiva – mesmo que isso não seja totalmente claro.
Ele a investiga baseado em vídeos feitos pela garota conforme sua viagem começando em Santiago e indo através do desértico interior chileno vai ocorrendo. Nesse caminho o homem encontra as pessoas as quais Isabel conheceu, trilha os caminhos da mesma e seu objetivo de encontrá-la some pela viagem. No entanto ao se encontrar com a moça, os dois têm uma noite juntos mas Esteban a deixa e volta para Santiago enquanto ela segue caminho com destino a Bolívia. O real motivo que leva os personagens à fuga do cotidiano não é explorado pelo diretor Fernando Valadares, deixando na mão do espectador compreender através de imagens, expressões e sentimentos explorados.
O longa-metragem lembra algumas obras francesas pelo seu levar calmo, com paisagens lindíssimas de um interior não muito conhecido e poucos diálogos. Os perfis humanos espalhados por todo o Chile são muito bem retratados, entretanto a figura do personagem principal representado por Koke Santa Ana é deixada um pouco de lado, transformando-o em ouvinte de sua própria trajetória.

FICHA TÉCNICA

Direção: Fernando Valadares.
Empresa Produtora: Duende Filmes e Lucho Films.
Produção Executiva: Luis Cifuentes.
Elenco: Koke Santa Ana e Geraldine Neary.
Direção de Fotografia: Andrés Garces.
Direção de Arte: Bernadita Baeza.
Trilha Sonora: Sebastián Vergara (original).
Montagem: Rodrigo Saquel.
Desenho de Som: Cristián Mascaró.


Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale


Última noite de premiação foi marcada por kikitos e protestos

Foto: Carlos Macedo
Foi encerrado o 44º Festival de Cinema de Gramado no último sábado (03) com a cerimônia de premiação. Leonardo Machado, Marla Martins e Renata Boldrini, apresentadores do evento distribuíram os Kikitos. Além das últimas premiações do evento, a noite foi marcada por protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff. Paulo Tiefenthaler, ganhador do Kikito de melhor ator em “O roubo da taça”, gritou ao receber o troféu:

– Fora, temer! Vamos tirar esse cupim da nossa casa!
Um dos momentos mais tocantes da noite, foi quando Domingos Oliveira convidou o público a contar até 80, em homenagem ao seu aniversário deste número, que ocorre neste mês. Ele ganhou o Kikito de melhor diretor e melhor longa por “Barata Ribeiro, 716”.

O diretor Domingos Oliveira recebendo o prêmio de melhor diretor | Foto: Carlos Macedo

Os prêmios mais importantes foram para “Rosinha” (curta-metragem brasileiro), “Guaraní” (longa-metragem estrangeiro) e “Barata Ribeiro, 716” (longa-metragem brasileiro). Entre os atores e atrizes, além de Paulo Tiefenthaler, ainda se destacaram Emilio Barreto, do longa estrangeiro Guaraní e Allan Souza Lima, do curta “O Que Teria Acontecido Ou Não Naquela Calma E Misteriosa Tarde De Domingo No Jardim Zoológico”. Andréia Horta, do filme “Elis”, Verónica Perrotta do estrangeiro “Las Toninas Van Al Este” e Luciana Paes, do curta “Aqueles Cinco Segundos”, ganharam as premiações de melhores atrizes.
A atriz Andreia Horta com o Kikito em mãos | Foto: Carlos Macedo

– Estou muito feliz de receber este prêmio por Elis na terra dela, aqui no Sul – comemorou Andreia. – É tempo de luta, vamos juntos – afirmou no fim de seu discurso. Além de Domingos Oliveira, os diretores Fernando Lavanderos, do longa estrangeiro “Sin norte”, e Felipe Saleme, do curta “Aqueles Cinco Segundos”, também foram premiados.

Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Confira os premiados do 44º Festival de Cinema de Gramado

 Foto: Edison Vara/Pressphoto

Melhor fotografia de curta brasileiro:
Bruno Polidoro, de “Horas”.

Melhor fotografia de longa estrangeiro:
Andrés Garcés, de “Sin Norte”.

Melhor fotografia de longa brasileiro:
Ralph Strelow, de “O Roubo Da Taça”.

Prêmio especial do júri de curtas:
Elke Maravilha, de “Super Oldboy” e Maria Alice Vergueiro, de “Rosinha”.

Melhor trilha musical de curta brasileiro:
Kito Siqueira, de “Super Oldboy”.

Melhor Trilha Musical de longa brasileiros:
Domingos Oliveira, de “Barata Ribeiro 716”.

Melhor direção de arte de curta:
Camila Vieira, por “Deusa”.

Melhor direção de arte de longa brasileiro:
Fábio Goldfarb, por “O Roubo Da Taça”.

Prêmio especial do júri de longa estrangeiro:
“Esteros”, pela direção da história de amor dos atores mirins.

Melhor desenho de som de curta brasileiro:
Jeferson Mandú, por “O Ex-Mágico”.

Melhor desenho de som dos longa brasileiro:
Daniel Turini, Fernando Henna, Armando Torres Jr. e Fabian Oliver por “O Silêncio do Céu”.

Melhor montagem de curta brasileiro:
André Francioli, por “Memória da Pedra”.

Melhor montagem de longa brasileiro:
Tiago Feliciano, por “Elis”.

Melhor ator coadjuvante de longa brasileiro:
Bruno Kott, em “El Mate”.

Melhor atriz coadjuvante de longa brasileiro:
Glauce Guima, em “Barata Ribeiro 716”.

Melhor roteiro de curta-metragem:
Gui Campos, por “Rosinha”.

Melhor roteiro de longa estrangeiro:
Luis Zorraquín e Simón Franco, por “Guaraní”.

Melhor roteiro de Longa Brasileiro:
Lusa Silvestre e Caíto Ortiz, por “O Roubo da Taça”.

Prêmio Canal Brasil de curtas:
Gui Campos, por “Rosinha”.

Melhor atriz de curta:
Luciana Paes, em “Aqueles Cinco Segundos”.

Melhor atriz de longa estrangeiro:
Verónica Perrotta, em “Las Toninas Van Al Este”.

Melhor atriz de longa brasileiro:
Andréia Horta, em “Elis”.

Melhor ator de curta:
Allan Souza Lima, em “O Que Teria Acontecido Ou Não Naquela Calma E Misteriosa Tarde De Domingo No Jardim Zoológico”.

Melhor ator de longa estrangeiro:
Emilio Barreto, em “Guaraní”.

Melhor ator de longa brasileiro:
Paulo Tiefenthaler, em “O Roubo Da Taça”.

Melhor direção de curta brasileiro:
Felipe Saleme, “Aqueles Cinco Segundos”.

Melhor direção de longa estrangeiro:
Fernando Lavanderos, por “Sin Norte”.

Melhor direção de longa brasileiro:
Domingos Oliveira, “Barata Ribeiro 716”.

Prêmio especial do júri de longa brasileiro:
“O Silêncio do Céu”.

Melhor filme curta brasileiro:
Júri da Crítica – “Lúcida”, de Fabio Rodrigo e Caroline Neves

Melhor filme longa estrangeiro:
Júri da Crítica – “Sin Norte”, de Fernando Lavanderos.

Melhor filme longa brasileiro:
Júri da Crítica – “O Silêncio do Céu”, de Marco Dutra.

Melhor curta:
Júri Popular – “Super Oldboy”, de Eliane Coster.

Melhor filme de longa-metragem estrangeiro:
Júri Popular – “Esteros”, de Papu Curotto.

Melhor filme longa-metragem brasileiro:
Júri Popular – “Elis”, de Hugo Prata.

Melhor filme de curta-metragem brasileiro:
“Rosinha”, de Gui Campos.
Melhor filme de longa-metragem estrangeiro:
“Guaraní”, de Luis Zorraquí.

Melhor filme de longa-metragem brasileiro:
“Barata Ribeiro 716”, de Domingos Oliveira.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Curta “Zoológico” chama atenção pela análise da Psicanálise humana

Foto: Divulgação

O curta-metragem “O Que Teria Acontecido Ou Não Naquela Calma e Misteriosa Tarde de Domingo no Jardim Zoológico”, de Allan Souza e Gugu Seppi já tem por quê chamar atenção pelo nome extenso, mas não é por isso que se destaca entre os outros curtas apresentados em Gramado.

Em 15 minutos de filme, aparecem somente dois personagens, Ian e Otto. Inicialmente, Ian (Daniel Dantas) perde uma balsa que o levaria até sua noiva. Após isso ele deixa cair sua identidade, figurando a perda de sua identidade como pessoa e ser humano. É então que o encontro com Otto (Allan Souza Lima) acontece. Otto, mais jovem, traz à tona a frustação da vida de Ian, assim como suas incontestáveis vontades deixadas para trás e começa a citar um zoológico e o que teria acontecido naquela tarde neste local, brincando com Ian, já que não conta o que houve.

De repente, a imagem de Otto começa a piscar avermelhada na tela, sua roupa muda, objetos aparecem e desaparecem na troca de cena e barulhos animalescos surgem. A ideia, como contou Gugu, foi brincar com o imaginário do espectador e fazer as pessoas pensarem sobre quem são e os que deixaram para trás na vida.

Allan disse que a importância do curta, que era uma peça de teatro e será transformado em um longa é “soltar o bicho que há dentro da pessoa e instigar a dúvida sobre si mesmo, além de brincar com pequenas questões sociais e políticas como o capitalismo”. O desequilíbrio de quem assiste é toda hora testado, com um quê de existencialismo, como no filme “Clube da Luta”, de Chuck Palahniuk e pitadas de surrealismo baseado no que o diretor leu de Sartre.

A resposta do público foi imediata. Desde os “flashes frames” (aquelas piscadas na tela) até a imagem diabólica e avermelhada de Otto vestido de palhaço foram comentadas e levaram os espectadores a refletirem sobre si mesmos, ou seja, a mensagem procurada por Gugu, Allan e Arménio, foi passada.

FICHA TÉCNICA

Direção: Allan Souza Lima e Gugu Seppi.
Empresa Produtora: Ikebana Filmes.
Roteiro: Allan Souza Lima e Arménio Dias Filho.
Produção Executiva: Fernanda Etzberger.
Elenco: Daniel Dantas e Allan Souza Lima.

Direção de Fotografia: Alex Sernambi.
Direção de Arte: Fabiana Kherlakian.
Trilha Musical: Cezar Brandão.
Montagem: Roberto Mamfrim.
Desenho de Som: Marcelo Cyro.

Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale.

Longa Metragem nacional “Tamo Junto” conquista risadas e reconhecimento do público

Foto: Divulgação

Na noite de quinta-feira o filme “Tamo Junto”, de Matheus Souza foi apresentado para o público presente no Palácio dos Festivais. Nele é contado a história de Felipe, que termina um namoro de anos para curtir a vida, entretanto acaba descobrindo que ser solteiro é mais duro do que esperava.

O personagem Felipe (Leandro Soares), não conseguindo encontrar amigos para curtir sua vida, pede ajuda para um antigo amigo de colégio, Pedro Paulo (Matheus Souza). Pedro, um nerd, ao reencontrar Felipe começa a imaginar sua vida como um filme, e a partir daí aprende a aproveitar os melhores momentos proporcionados junto dos amigos Felipe e Julia (Sophie Charlotte), além do novo amor Diana (Alice Wegmann).

Matheus Souza conseguiu juntar em um filme: atores consagrados, como Sophie Charlotte e Fernanda Souza, outros que estão alavancando, a exemplo de Alice Wegmann, com nomes midiáticos, como Fábio Porchat, Antonio Tabet (ambos do “Porta dos Fundos”) e Leonardo Soares (diretor e ator no canal Multishow).

O diretor foi comparado por alguns críticos com Woody Allen ou Domingos de Oliveira, contudo, a melhor maneira de nominá-lo, é chamá-lo de Matheus Souza, diretor, comediante, nerd, roteirista e extremamente envergonhado ator brasileiro.

Matheus disse em coletiva de imprensa na sexta-feira (2) que desde pequeno sofreu muito bullyng, inclusive contando alguns episódios tristes mas que geraram muitos risos no público, o que é percebido em algumas partes do filme. Sophie, Leandro e Matheus se tornaram amigos quando ainda estudavam no “Tablado” no Rio de Janeiro, mas acabaram perdendo um pouco do contato.

Foi quando surgiu a oportunidade do “Tamo Junto” que voltaram a se reencontrar. Inicialmente o filme de comédia e romance não tinha muito apoio e patrocínio, sendo filmado sem grande orçamento. Mas depois de gravado, os apoiadores começaram a aparecer e o longa ganhou esse alcance mais midiático.

Sophie sorriu durante a conversa toda e expressou no final da coletiva seu sentimento de carinho pelos amigos e deixou mensagens importantes para quem a estava ouvindo:
“A melhor coisa da vida é fazer alguém rir. A amizade é o sentimento mais nobre”.


FICHA TÉCNICA
Direção: Matheus Souza.
Empresa Produtora: Zeugma Produções.
Roteiro: Matheus Souza, Bruno Bloch e Pedro Cadore.
Produção Executiva: Matheus Souza, Ana Cristina Mota de Souza, Ana Kormanski.
Elenco: Leandro Soares, Sophie Charlotte, Matheus Souza, Alice Wegmann, Fábio Porchat, Fernanda Souza, Antonio Tabet, Augusto Madeira, Rafael Queiroga e Dida Camero.
Direção de Fotografia: Vinicius Brum.
Direção de Arte: Natália Pirulita Bittencourt.
Trilha Musical: Marcelo Durham.
Montagem: Rodrigo Daniel Melo.
Desenho de Som: François Wolf.


Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Sessão de Sundance no Festival de Cinema de Gramado exibe o drama "The Fits – Os Ataques", de Anna Rose Holmer

Royalty Hightower interpreta Toni | Divulgação
As influencias da diretora e produtora em suas criações são os cineastas Steve McQueen e Robert Bresson. No ano passado ela foi eleita pela Filmmaker Magazine uma das “25 Novas Caras dos Filmes Independentes"
O filme que estreou no festival de Sundance é um retrato que traz a mudança da fase de criança para a pré adolescência a partir do ponto de vista de Toni, uma “Tomboy” que ao conhecer a dança, abandona o treino de boxe que praticava até então. Ao mesmo tempo procura ser aceita no novo grupo, após um surto misterioso de desmaios que atinge a equipe de dançarinas.
Royalty Hightower agora com onze anos, que interpreta Toni, personagem central do longa, foi escalada aos nove anos para participar da produção.  Sem dizer muitas palavras, mas com uma atuação impecável e intensa. A parte mais difícil para a atriz estreante foi parecer que não sabia dançar, pois ela faz aulas desde os seis anos.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=jfHnykLOjH4


Miluna Rilo Ayala, acadêmica do 2º Semestre de Jornalismo na Universidade Feevale.

14º Congresso Brasileiro de Direito Internacional, acontece no mesmo período do Festival em Gramado



Estudantes participam de congresso | Foto: Nathana K. Alves


Durante o período do Festival de Cinema de Gramado, acontece no mesmo período o 14º Congresso Brasileiro de Direito Internacional, que teve início nessa quarta-feira dia 31 de Agosto. Quatro estudantes do 3º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Londrina, e uma advogada que acompanha o grupo, estão participando do evento. José Ricardo, Marielle, Isabela, Lucas e Caroline estão visitando Gramado pela 1ª vez, e estão “encantados” com a cidade, além de estarem desfrutado do Congresso.
A advogada Caroline, conta que mesmo formada continua participando de eventos na área jurídica para seu aperfeiçoamento e recomenda a oportunidade para os estudantes.
O 14º Congresso Brasileiro de Direito Internacional acontece entre os dias 31 de Agosto a 03 de Setembro de 2016, e conta com uma grande participação de professores e pesquisadores das mais diversas instituições de ensino superior de todo o país, sendo considerado um dos maiores eventos jurídicos do Brasil.



Thiellen C. Garcia, acadêmica do 3º semestre de Publicidade e Propaganda na Universidade Feevale

Desfilando no tapete vermelho

Tapete vermelho do Festival de Cinema de Gramado | Foto:Cleiton Thiele/Pressphoto

Em 2016 está sendo celebrado o 44º Festival de Cinema de Gramado, onde foram homenageados os artistas e suas grandes obras cinematográficas, entre essas celebridades estão atores, diretores e produtores. Estão sendo exibidos durante o evento ao todo de 50 produções dentre elas longas e curtas, sendo estes selecionados entre 931 produções inscritas, abordando os gêneros mais diversos como: drama, comédia, ficção, suspense e animações.
Durante o evento serão apresentados ao público os escolhidos para receber o troféu Kikito sendo ele o premio máximo do festival, existindo desde 1973 conhecido na época como “deus da alegria”. Este ano já foram homenageados e desfilaram no tapete vermelho com o Kikito em mãos:

- Troféu Oscarito: Sonia Braga sendo ela um ícone do cinema brasileiro, recebeu o troféu por se destacar como atora nacional e internacional, em sua carreira participou ao total de 46 filmes, 11 telenovelas, 21 séries, 4 peças e ao longo de sua carreira já recebeu 13 prêmios.
- Kikito de Cristal: Cecília Roth, é a primeira mulher a receber este premio, com mais de 40 filmes em seu currículo. Ela recebeu 11 prêmios, incluindo o de melhor atriz.
- Troféu cidade de Gramado – para este prêmio o escolhido foi Tony Ramos, atua em produções da comédia ao drama, participou de grandes sucessos do cinema e da televisão, participando ao total de 74 novelas, 16 filmes e 8 peças de teatro.
- Troféu Eduardo Abelin: considerado o mestre do horror brasileiro Jose Mogica Marins, como ator participou de 27 produções e como diretor produziu 38 entre filmes e curtas.


Judite de Souza, acadêmica do 3º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale.

Noite de Glamour e Fortes Concorrentes

Sophie Charlotte posando para foto com fãs | Foto: Pietro Pasqualotti

A noite de quinta-feira foi marcada pelo glamour e simpatia de Sophie Charlotte, assim como a exibição de concorrentes fortíssimas aos Kikitos de melhor curta e melhor longa brasileiro.

Os filmes concorrentes foram apresentados na seguinte ordem:
“Rosinha”, de Gui Campos, na categoria curta-metragem nacional;
 “Esteros”, de Papu Curotto, na categoria longa-metragem latino;
“O Que Teria Acontecido Ou Não Naquela Calma e Misteriosa Tarde de Domingo No Jardim Zoológico”, de Allan Souza, na categoria curta-metragem nacional;
 “Tamo Junto”, de Matheus Souza, na categoria longa-metragem nacional.

O primeiro curta, “Rosinha”, conta a história de idosos e suas relações pessoais, e também sexuais. Gui Campos, diretor do projeto, contou como adora e mantém relações de amizades e gosta de conversas com pessoas mais de idade, assim como é a importância da troca de informações entre gerações e como isso modifica a atualidade. Ele lembra a importância de mostrarmos respeito ao conhecimento e à nossa história, figura no papel do idoso.

Esteros” (estuários em português), é um longa de produção bilateral e co-produção entre produtoras brasileiras e argentinas. A história passa praticamente toda na cidade de Passo de Los Libres, fronteira entre Brasil e Argentina, cidade natal do diretor Papu. A história conta a trajetória do amor de infância entre Matias e Jerônimo, amigos, que cresceram brincando em uma casa próxima a estuários, o que dá nome ao filme, da família de Matias. Com o passar dos anos eles de distanciam porque Jerônimo – mais quieto – vai para o Brasil. Contudo, acabam encontrando-se mais tarde quando Jerônimo está namorando e de volta à cidade Argentina, a trama, a paixão, o romance e a sexualidade tomam conta novamente deles.

O curta mais comentado e com mais chances de levar o Kikito é “O Que Teria Acontecido...”, como é chamado. Nele são retratadas diversas faces do ser humano, seus problemas pessoais de auto-estima, de dúvidas psicológicas, e por que não, da psicanálise do personagem Ian vivido por Daniel Dantas a qual podemos identificar em cada um de nós.

Por fim, antes da exibição mais esperada da noite começar, Matheus Souza fez um discurso envergonhado, mas extremamente fofo agradecendo aos amigos e colegas de elenco. “Tamo Junto”, fala da necessidade do jovem de aproveitar a vida da melhor maneira possível e deixar de lado o que atrapalha a própria singularidade e experiências pessoais. Matheus Souza, diretor, diz colocar dentro do longa problemas de sua vida, assim como a idéia de uma reestruturação de uma história de vida. Felipe, personagem vivido por Leandro Soares termina um namoro que não agüentava mais e quando tenta viver a vida como julgava ser necessário, encontra dificuldades. Matheus Souza, que vive Pedro Paulo, ajuda Felipe e os dois vivem boas histórias, juntamente de Júlia (Sophie Charlotte).

A presença de Sophie causou gritos e histeria nos fãs que aguardavam ansiosamente atrás das grades de proteção do Tapete Vermelho. Foi só aparecer que todos pediam fotos, beijos e abraços. Um pouco atrasada por motivos maternais, mesmo assim atendeu alguns pedidos de fãs, mas logo teve de adentrar ao Palácio dos Festivais.


Pietro Pasqualotti, estudante do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale.

O mercado de filmes em festivais é tema de conversa no Festival

A Professora Marilha Naccari durante o debate | Foto: Kaliana Passarin

Na tarde hoje a Palestrante e Professora da Universidade do Sul de Santa Catarina, falou sobre o mercado de filmes brasileiros em festivais e apresentou alguns números seu projeto que fala sobre o tema e está em andamento. Ela estima que será uma longa pesquisa, que chegara a 15 mil linhas.
Marilha, junto ao acadêmico bolsista Alexandre Manoel, está realizando um projeto em parceria com a Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul, ANCINE e Fórum de Festivais (onde ela é presidente). A pesquisa tem como objetivo, mostrar quantos filmes brasileiros são exibidos mais de uma vez ao ano, e quantos são exibidos apenas uma vez.
Ela apresentou números que mostram que existem 500 festivais de Cinema no Brasil, mas que muitos são repetidos. Em 84 oportunidades de um filme ser exibido, o primeiro colocado não chegou a 15 exibições, que é o curta metragem “Fuga Animada”, o único longa da lista. “O Menino e o Mundo”, teve apenas 7 exibições, ocupando assim a quinta colocação.
Durante o debate, Marilha foi questionada que um filme ser exibido em um festival apenas não é ruim, o que seria ruim é que no Brasil existem poucas salas de cinema para uma quantidade muito grande de filmes. Ela concordou com a argumentação da repórter e acrescentou, que no Brasil 90% das cidades brasileiras não tem sala de cinemas e que os festivais deveriam ser uma forma de lançamentos dos filmes, para depois ir para os cinemas, mas que a demanda de filmes é muito maior que os poucos cinemas podem suportar.


Raniel Bizarro, acadêmico do  3º semestre de Publicidade Propaganda na Universidade Feevale