quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Debate de atores movimenta o Festival de Cinema de Gramado

Leonardo Machado, Nelson Xavier, Via Negromonte e Allan Souza  Foto: Danielle Rodrigues 
A tarde de quarta-feira foi marcada pelo Debate de atores no salão principal da Sociedade Recreio Gramadense. Os atores Nelson Xavier, Allan Souza Lima e a produtora Via Negromonte, mediados pelo também ator Leonardo Machado, foram os convidados. Durante o debate foram abordados diversos temas relacionados ao mercado, atuação, preparação de elenco e o valor de cada ator. Os convidados relataram casos de desvalorização diante de outros membros das equipes de filmagens e o surgimento de tantos não-atores na televisão.

Segundo Via, isso é bom e ao mesmo tempo ruim, pois acaba dando a entender que não há por trás da profissão uma preparação, estudo e suor, segundo ela: “Ninguém nasce Romário, ninguém nasce Pelé. Todo mundo precisa começar em algum lugar.”  Segundo Leonardo alguns diretores fazem uma brincadeira dizendo que pretendem chamar não-atores para seu próximo projeto, ao passo que ele então sugere que sejam chamados também não- fotógrafos, não técnicos de som, assim se faz um filme sem profissionais.

Todos deixaram claro que os atores vêm sofrendo uma desvalorização muito grande, como se as pessoas esquecessem que eles também precisam pagar contas; não é apenas amor pela arte. Nelson Xavier relatou sua experiência como egresso do Teatro de Arena e o surgimento do Cinema Novo, em que se valorizava de forma extrema o “não atuar”, o fato de se tornar o personagem e fazer com que o público se esqueça por completo que ali é na verdade um ator.

O ator Nelson Xavier esteve presente no debate       Foto: Kaliana Passarin
Xavier também falou sobre sua relação com seus personagens “Quando você se propõe a fazer um personagem, você estabelece uma relação com ele. Cada personagem é um sonho, e é algo que você faz como quiser. É você que dá as cores e dimensões para ele.” Os quatro participantes concordam que é necessário que os atores se unam cada vez mais para que a valorização não se torne uma opção ou exceção, mas sim uma realidade constante e presente em todas as produções.


Solange Flores, acadêmica do 5º semestre do curso de Jornalismo da Universidade Feevale

Confira a entrevista exclusiva com o ator Leonardo Machado

Foto: Nicole Morbach


Conversamos com o ator gaúcho Leonardo Machado, que nos falou sobre a sua participação na 44ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Leonardo Atuou em grandes filmes como "Em Teu Nome", pelo qual recebeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Gramado em 2009, e no seriado "Na Forma da Lei", da TV Globo, no qual foi protagonista em 2010.

Como é estar participando do Festival?

A primeira vez que eu vim para Gramado foi em 1997, com o curta-metragem “Nocturno”. Antes disso, eu estive presente no ano de 1995 para ver o Festival e foi nesse exato momento em que eu descobri o que eu queria fazer da minha vida. O Festival de Cinema de Gramado está muito presente na minha história. Em 2009 eu ganhei o prêmio de melhor ator com o longa-metragem “Em teu Nome”, que conta a história do exilado João Carlos Boni Garcia, em uma narrativa que fala sobre a trajetória de um exilado político no Brasil de 1970 até 1979, quando ele retornou na época da anistia. A partir de 2010 eu fui convidado para ser o mestre de cerimônias do Festival. Eu sou apaixonado pelo Festival de Cinema de Gramado. Eu acho que nós estamos em um ambiente extremamente generoso e fértil para a discussão do cinema nacional. O Festival é um lugar propício para repensarmos os rumos que temos que tomar, em relação à produção e distribuição de filmes em solo brasileiro e também estrangeiro. Outra coisa bacana do Festival é poder encontrar velhos amigos.

Como é ser o mestre de cerimônias do Festival de Cinema de Gramado?

É uma responsabilidade muito grande estar como mestre de cerimônias. Nós temos um compromisso com esse que é o festival mais antigo e ininterrupto no Brasil, que surgiu desde o período da ditadura militar e se mantém relevante até os dias de hoje. Então é uma honra e ao mesmo tempo uma responsabilidade muito grande estar em cima daquele palco representando o Festival, e eu procuro fazer isso com carinho e dedicação.

Quais filmes dessa edição mais chamaram a sua atenção?

A seleção de filmes desse ano está muito interessante, principalmente em relação às produções brasileiras. Eu destacaria os filmes “O Silêncio do Céu” e “Aquarius”, que são duas produções brasileiras de grande impacto. Os filmes brasileiros estão com uma qualidade incrível nessa edição, não que os internacionais não estejam, mas eu acho que a seleção brasileira está superior esse ano e eu fico muito feliz em estar participando desse Festival que é muito reconhecido tanto nacionalmente quanto internacionalmente.


Andrei Souza, acadêmico do 4º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale 

Bate-Papo de Críticos Sobre Cinema Latino



Foto: Pietro Pasqualotti 

Na final da tarde de terça-feira ocorreu um bate-papo promovido pela ACCIRS (Associação de Críticos de Cinema do Rio Grane do Sul) sobre o cinema, tendo foco no cinema latino e integração cinematográfica entre os países sul-americanos.
O mediador da conversa foi Robledo Milani, crítico de cinema, membro da ABRACCINE e vice-presidente da ACCIRS. Na mesa também estavam presentes Leopoldo Muñoz (Chile), Antonella Estévez (Chile), Miguel Ángel Dobrich (Uruguai) e Fernando Brenner (Argentina).
Durante a conversa, foram abordados temas como a necessidade de incentivo à cultura por parte de todos os governos latinos, não somente para realização de espetáculos como filmes, mas também na distribuição e marketing dos mesmos. Segundo Antonella, o cinema sul americano como um todo não é bem planejado, tendo em vista a má distribuição dos filmes nos seus próprios países de origem. Estévez ainda ressaltou a necessidade de órgãos governamentais ajudarem no marketing das produções e distribuições de tais, a exemplo do que ocorre com a Petrobrás no Brasil e o incentivo fiscal que as empresas no ramo cinematográfico recebem.
Diversos Festivais de Cinema foram citados como espaços necessários e especiais da propagação de filmes aqui na América do Sul e Central. Os convidados citaram os festivais de Recife, Havana (Cuba), Goiás, Bariloche (Argentina), Punta Del Este (Uruguai), Santiago (Chile), entre outros. Entretanto, como apontou Robledo, não adianta haver tais espaços singulares se os mesmos não são mantidos durante o resto do ano e para toda a população.
A quantidade de produções cinematográficas também foi apontada pelos críticos como um ponto crucial e a comparação entre os países foi inevitável. Abaixo segue uma tabela – aproximada – comparativa, de acordo com os participantes da sessão.

PAÍS
PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS LANÇADAS NOS CINEMAS AO ANO
SALAS DE CINEMA
Brasil
300
3000
Argentina
150
2000
Chile
50
600
Uruguai
12
80

Miguel citou a importância dos acordos multilaterais entre os países latinos no setor cinematográfico, e como isso aproxima mais ainda a cultura dos vizinhos. Ele disse que as produções bilaterais agregam muito para um filme, sendo mais fácil de distribuir pelo continente. Ángel elogiou ainda o trabalho do filme Aquarius, do diretor Kléber Mendonça e como este filme, assim como a postura do elenco está abrindo portas e trazendo mais amantes do cinema a participarem em produções.


Pietro Pasqualotti, estudante de Relações Públicas da Universidade Feevale, 1º semestre.

Prazer, Zé do Caixão

Fonte Imagem: TNT Séries


Durante a manhã desta quarta-feira, 31 de agosto, o Palácio dos Festivais exibiu alguns fragmentos da série “Zé do Caixão”, exibida em 2015 através do canal pago Space.  O ator Mateus  Nachtergaele  dá vida ao personagem de maior sucesso de José Mojica, e o faz de forma brilhante e natural.

A série retrata a vida do cineasta e suas empreitadas antes da primeira aparição do ícone Zé, no filme “A Meia Noite Levarei  Sua alma”. A trama flui de forma natural, dando aos expectadores a sensação de estar também em cena.  Mateus tornou-se incrivelmente parecido com José devido a caracterização e expressões faciais do ator. Todo o contexto, fotografia, iluminação e trilha sonora compõem o cenário ideal para que o público se apegue e compreenda um dos personagens mais conhecidos de nosso cinema.

Para aqueles que ainda não viram, a série vale a pena e nos mostra o lado pessoal de Mojica e as dificuldades encontradas para que o projeto saísse do papel e finalmente chegasse as grandes telas. Em meio a década de 60, onde imperava a pornochanchada no Brasil, Marrins inovou , trazendo a tona os filmes de terror e o gênero trash, ainda hoje pouco explorados em nossa  cinema.

A filha de Mojica recebeu ontem o Troféu Eduardo Abelin no lugar de seu pai, que não compareceu ao Festival devido a problemas de saúde.

Solange Flores

Acadêmica do 5º semestre de  Jornalismo da Universidade Feevale

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Entrevista com Marcos Santuário, um dos curadores do Festival de Cinema de Gramado


Marcos Santuario fala sobre a sua participação do Festival     Foto: Nicole Morbach

Marcos Santuário é critico de cinema, Editor de Cultura do jornal Correio do Povo, membro fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema(ABRACCINE) e da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul(ACCIRS), professor na Universidade Feevale e desde a edição número 40 do festiva de Cinema de Gramado integra a curadoria do evento.

Qual o diferencial das outras três edições que tu participaste para a deste ano?

“O festival tem crescido em vários aspectos, com o acúmulo de experiência que temos desde 2012 quando fui convidado junto ao Jose Wilker e o Rubens Ewald Filho e desde então começamos a mudar o festival, de acordo com o que foi nos foi pedido. Foi necessário trazer filmes que pudessem dialogar melhor com o público, com Gramado e que depois pudessem ganhar as telas de cinema. Atualmente temos mais filmes que vem a Gramado por iniciativa própria, antes tínhamos que procurar os diretores e dizer para se inscreverem; agora recebemos muitos filmes sem nenhum problema e que querem participar do festival; Com isso, este ano, fizemos uma das aberturas mais emocionantes dos últimos tempos: trouxemos a Sonia Braga, com o filme do Kleber Mendonça que nos representou em Cannes, Elis com a Eliza Horta, e produzimos gargalhadas com O Roubo da Taça. Isso quer dizer que podemos mostrar desde o inicio do festival que estamos cumprindo a proposta de ser cada vez mais uma fonte de dialogo cinematográfico entre todos, desde os produtores, diretores, atores ate a critica e o publico. E pensar que estamos em uma dos destinos mais desejado do Brasil nos obriga a criar uma programação que interesse as pessoas que estão em Gramado, então para o publico interessa Tony Ramos, o novo filme do Leonardo Sbaraglia com a Carolina Dieckmann e as produções latinas mais recentes. Isso é o mais importante: a qualidade e a diversidade que vão reconquistando o respeito que o festival mais antigo do Brasil sempre teve.”

Tu chegaste a trabalhar com o José Wilker como falaste anteriormente. Qual a importância dele para o cinema brasileiro e o festival de Gramado?

“A importância dele e inegável, ele e um dos nomes sempre lembrados do cinema e do áudio visual em geral, pois o trabalho dele na televisão sempre foi muito forte e intenso. No caso do festival, quando formamos o trio de curadores, nos já éramos amigos, nos conhecíamos de outros festivais e isso facilitou muito para pensar na nova cara de Gramado pois já estávamos sintonizamos com esse tipo de cinema mais aberto, comunicativo e contemporâneo. Quando foi anunciado que a curadoria seria composta sobretudo por Jose Wilker, isso deu um grande impacto ao festival, pois ele tem uma grande visibilidade televisiva e com isso ele deus mais respeitabilidade a Gramado. Ele sempre foi um amigo do festival, participando dos eventos e depois ele integrou a organização. Para mim, trabalhar com ele foi maravilhoso, pois ele era um grande conhecedor de cinema e entendedor deste universo”.


 Muitos longas metragens desta edição apresentam mulheres extremamente fortes, como no filme Elis, interpretada por Andreia Horta, o quão relevante é isso?
“Isso mostra o quão atentos de alguma maneira estamos ao universo feminino na representação histórica e cinematográfica. Iniciamos homenageando a Sonia Braga, depois trouxemos um filme que trata um ícone da musica brasileira que é Elis Regina, com o talento cinematográfico de Andreia Horta. O Festival ainda traz Carolina Dieckmann vivendo uma personagem intensa e forte no filme “O silencio do Céu”. Fomos felizes de termos varias mulheres que são muito bem representadas nesta edição do Festival de Cinema de Gramado.”

Miluna Rilo Ayala, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale 

Marcos Petrucelli fala sobre a pluralidade do 44° Festival de Cinema de Gramado

Foto: Divulgação

Na segunda-feira (29), a equipe da Agecom e do núcleo de Rádio da Feevale conversou com o crítico de cinema e integrante da Comissão Especial do Oscar, Marcos Petrucelli.
Para o crítico, as últimas edições do Festival de Cinema de Gramado, são diferentes da última da década anterior.  Na opinião de Petrucelli, isso se deve a nova curadoria do festival, composta por Marcos Santuario, Rubens Ewald Filho e Eva Piwowarski, que mudou a cara do festival e trouxe a pluralidade. “É um festival que tenta agradar os dois lados da moeda, um que é um cinema mais popular, com apelo mais comercial – como por exemplo, ‘O Roubo da Taça’, que é um filme mais cômico, uma tragicomédia e que tem um apelo popular. E temos também na programação, graças à curadoria, um olhar para o outro lado da moeda que é um filme como ‘O Silencio do Céu’, do Marco Dutra. Que é um filme mais autoral e co-produzido com a Argentina, é um filme que tem uma proposta muito diferente”, define o crítico.

É essa mistura que, na visão de Petrucelli, tem sido o grande diferencial do Festival de Gramado comparado com outros festivais. “O Festival de Brasília, por exemplo, é um festival que pretende e sempre teve essa característica de mostrar novidades dentro do cenário estético e narrativo com questões mais sociais, com apelo mais autoral. Eles não têm uma preocupação de colocar na mostra competitiva um filme com apelo popular”. Essa pluralidade do Festival é importante porque abre oportunidade para todo mundo e não fica confinado num único nicho, finaliza.

Rafaela Peixoto, acadêmica do 8º semestre de Publicidade e Propaganda na Universidade Feevale

Rubens Ewald Filho, curador do 44º Festival de Cinema de Gramado, fala sobre o cenário da imprensa e a profissão de crítico de cinema

Foto: divulgação
Na manhã desta segunda-feira a equipe da AGECOM entrevistou um dos curadores do 44º Festival de Cinema de Gramado, o jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho.
Crítico de cinema há mais de 40 anos, Ewald Filho comenta que o cenário no qual a imprensa está vivendo é muito peculiar, pois o sistema tradicional está sendo substituído por novas formas de comunicação. Na visão do curador, hoje os blogs são mais importantes que os impressos. Retrato disso são os cortes que vem acontecendo no quadro de funcionários de grandes órgãos de imprensa. “A cada dia, o que você ouve : cortaram 20 aqui, 15 ali. O jornal Estado teve outro corte recente, a Folha teve um corte recente. Então se torna praticamente impossível exercitar uma profissão nesse feitio. Então vai exigir de você uma habilidade de sobrevivência com coisas novas. ”, salienta Ewald. 
Sobre a desvalorização da profissão de crítico de cinema, Ewald Filho cita uma pesquisa realizada nos Estados Unidos onde existem 140 críticos registados pela imprensa, número muito baixo visto o tamanho país. Essa desvalorização, de acordo com o crítico, tem a ver com o crescimento de influenciadores digitais que tratam sobre cinema. O curador reforça que nessa área, o sucesso é fugaz. “Hoje está em alta e amanhã não está”.
Para quem deseja seguir a carreira de crítico de cinema, é necessário que se estude e conheça cinema. Além disso, Ewald Filho explica que é importante escrever em um blog, pois esse é um grande exercício. “Primeiro descobrir e segundo descobrir a maneira de expressar, de se dirigir às pessoas e encontrar o seu caminho. Não importa se tenha formação ou não, o que vale é a intenção, a vontade e o seu talento a desenvolver”, destaca o crítico
Para finalizar, o jornalista comenta que a maior ousadia do Festival de Cinema desse ano foi trazer uma comédia (‘O Roubo da Taça’), o que não acontecia antes. Isso atrai mais público para o Festival e consequentemente para cidade de Gramado.

Rafaela Peixoto, acadêmica do 8º semestre de Publicidade e Propaganda na Universidade Feevale

Entrevista com Marco Dutra

Foto: Cleiton Thiele/Pressphoto 

"Eu espero que as pessoas gostem e entendam aquilo que a gente quis fazer"
Confira a entrevista com o cineasta Marco Dutra, diretor do filme ‘’O silêncio do céu’’

Os jovens diretores do cinema brasileiro têm investido ultimamente no suspense psicológico. O 44º Festival de Cinema de Gramado trouxe a Gramado o filme "O Silêncio do Céu", nova produção do cineasta Marco Dutra.
O drama se mistura com suspense e terror ao narrar a história de uma mulher vítima de estupro (Carolina Dieckmann). O marido (Leonardo Sbaraglia) flagra a cena, mas, paralisado, não faz nada para interrompê-la. Depois disso, a dupla carrega os seus segredos: ela não diz nada sobre o que sofreu, nem ele revela o fato de ter sido testemunha. O silêncio passa a corroer o casal.
Confira a conversa com o cineasta Marco Dutra, diretor do filme.

O filme foi gravado boa parte no Uruguai, porque?
A gente tinha a ideia de adaptar para São Paulo, por ser uma produção brasileira, porém, essa transição ia machucar muito o roteiro. Fomos para o Uruguai por uma questão de ser mais fácil, mas a verdade é que eu fui para Buenos Aires dirigir um filme, e me apaixonei por lá. O lugar é muito adequado para filmar essa história.

O projeto surgiu com qual intuito?
Eu queria trabalhar com o Rodrigo Teixeira (produtor), e ele comigo, a gente já tinha feito o filme ‘’Quando era vivo’’, e estávamos procurando um próximo projeto. O Rodrigo lembrou desse roteiro que ele tinha encomendado desse livro, e me mostrou. Eu disse que queria fazer esse filme porque é um assunto urgente a ser tratado, e que eu acho que conseguiria fazê-lo bem.

O que o público pode esperar de "O silêncio do céu" ?
A única coisa que eu espero do público, é que as pessoas adentrem o filme muito abertos, sem esperar nada, e prontos para a proposta que a gente está fazendo, porque esse é o nosso papel, o papel da arte, da interação entre arte e espectador, e arte e público. Quanto mais aberta ela for, melhor, quanto mais disponível ela for, melhor. Eu espero que as pessoas gostem e entendam aquilo que a gente quis fazer.

Quais resultados vocês pretendem alcançar com o filme?
Tivemos uma boa estreia aqui em Gramado. O filme vai estrear dia 22 de setembro no cinema, e vai ser lançado em toda a América Latina, na televisão e vai ser exibido em festivais internacionais. A gente quer que circule muito, e estamos trabalhando para isso. 


Larissa Carlosso, acadêmica do 2º semestre do curso de Jornalismo na Universidade Feevale. 

Tecnologia a favor do Festival

Foto: Judite de Souza

Nos dias de hoje o celular é algo essencial para a comunicação. Ele diminui distâncias que fisicamente são longas. E quando mais precisamos deles, ficam sem bateria.

Pensando nisso o Festival de Cinema de Gramado disponibilizou carregadores locais para
celulares, tablets e outros aparelhos mobile. Para usar o serviço basta cadastrar uma senha de acesso, abrindo assim uma “porta” onde estão disponíveis três modelos diferentes de carregador, onde é possível conectar o aparelho e continuar aproveitando o Festival com tranqüilidade e bateria cheia.


Judite de Souza da Silva 
Acadêmica do 3° semestre de Jornalismo na Universidade Feevale

Coletiva de imprensa sobre o curta-metragem Ingrid, de Maick Hannder

Foto: Laís Rodrigues

O Festival de Cinema de Gramado divulgou na última quinta-feira as obras selecionadas para a mostra competitiva de curtas-metragens. Entre elas encontra-se o curta "Ingrid", de Maick Hannder. No debate que aconteceu hoje pela manhã o diretor falou sobre o filme de apenas 7 minutos. "No começo a ideia era ser um filme maior", declarou Maick.
O curta feito sem roteiro, trata sobre identidade de gênero. O diretor contou que queria que o filme funcionasse como uma narração, mas sem ser interpretado. A transexual Ingrid gravou suas falas sozinha, com um gravador.
Além do diretor, estavam no debate também o produtor executivo Jacson Dias e Cliver Honorato, que declarou que a trilha sonora foi produzida especialmente para o filme.

Laís Trindade Rodrigues, acadêmica do 5° semestre de Publicidade e Propaganda.

O Olhar Turístico

Saí no início desta terça-feira às ruas de Gramado, para encontrar histórias e motivações para conhecer e visitar a cidade. Não foi difícil achar pessoas que vem para cá em busca de um local diferente e acolhedor.
Um grupo da cidade de Artiga, no Uruguai, chegou a Gramado essa semana, e desde que pisou no solo gramadense seus integrantes se sentiram surpreendidos. Arranhando o espanhol consegui conversar com Gustavo, 57 anos, que me contou que a longa viagem de ônibus valeu a pena ao ver a linda cidade. Quando perguntei ao grupo qual o diferencial da cidade, ouvi palavras soltas, como: “calçadas largas”, “ruas limpas”, “linda”, “estilo único e encantador”, “fora de série”. Mas o consenso dos amigos chegou à expressão “construções hermosas”. Perguntei se alguma cidade do Uruguai se parece com Gramado, e ouvi comparações com o glamour de Punta Del Este, mas que nada se parece com Gramado, única e cidade maravilhosa.

Amigos uruguais curtindo o belo dia no centro da cidade. Foto: Pietro Pasqualotti


Também falei com alunos entre 15 e 18 anos e professores do Colégio Piratini, de Porto Alegre, que visitam a cidade procurando o frio, mas se decepcionaram. Alguns vieram pela primeira vez à Gramado e estão acalorados com toda a cultura que encontram aqui, e que eles definem como “diferente da capital gaúcha”.

Alunos de 2º Ano do Colégio Piratini, de Porto Alegre. Foto: Pietro Pasqualotti


Mas nem todos vem a Gramado para passear. Três nigerianos estão na cidade por conta da empresa em que trabalham no país de origem. Vieram montar e estruturar a parte de áudio e imagem para o Festival de Cinema de Gramado. Fizeram questão da entrevista em inglês, entretanto jogavam palavras de português, pela vontade de aprender uma nova língua. Também quiseram deixar bem claro que se comunicavam em outra língua, mas que era importante eu citar que eles falavam um idioma local nigeriano, e que lá existem mais de dez idiomas locais, e todos ajudam de alguma forma a organizar a cultura local. O grupo, bem extrovertido, mora na Nigéria e descreveram a cidade gaúcha como “amazing, quiet town, lovely and beautifull people and arquicteture, like Europe” (maravilhosa, cidade silenciosa, povo e arquitetura belos, como a Europa). No final, Olujumobi (42), Olomuywa (41) e Leo Omoseebi (39) ainda pediram uma selfie e um abraço brasileiro.


Grupo de nigerianos aproveitando o momento de folga. Foto: Pietro Pasqualotti


Rafael Queiroz, aeronauta, casado, pai de uma criança de nove anos e um garoto de dois, veio para Gramado pela primeira vez e conta que a família toda gostou da cidade: as crianças dos parques, o clima e a arquitetura linda parecida com cidades européias. Ele diz que buscou informações no site Trip Advisor para escolher a cidade, hotel, aluguel de carro, restaurantes e parques.

Família de Salvador passando as férias na Serra Gaúcha. Foto: Pietro Pasqualotti


A família da Dona Claide, aposentada, veio para a Serra Gaúcha pela terceira vez. Quando perguntada do porque a escolha do local, a resposta estava na ponta da língua: “Nós todos amamos a cidade, seja durante o Festival (de Cinema) ou não, desta vez foi uma coincidência, mas preferimos o sossego de dias mais tranquilos em Gramado e região. Adoramos Canela também” complementa a senhora de 66 anos acompanhada do filho, nora, neto, e marido.


Família de Itauna (SC) em visita a Gramado. Foto: Pietro Pasqualotti


Uma integrante de um grupo de Santa Catarina conta que depois de 30 anos visitando a cidade realizou seu sonho de comprar um apartamento em Gramado e traz os amigos sempre que pode. Os aposentados de Rio Do Sul e Balneário Camburiú falam que a cidade atrai pela segurança, beleza, diversidade de atividades e terminam: “O amor pela cidade é indescritível, aqui é tudo de bom”.


Grupo de Santa Catarina no centro da cidade. Foto: Pietro Pasqualotti
Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Epidemia de Cores – Uma reflexão sobre arte e liberdade

 Cartaz de divulgação do documentário   Foto: Divulgação

Hoje aconteceu a primeira sessão de longas gaúchos da 44ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que contou com a exibição do documentário “Epidemia de Cores”, que relata o cotidiano dos pacientes da ala psiquiátrica do Hospital São Pedro, localizado em Porto Alegre. O longa acompanha o trabalho desenvolvido durante a oficina de criatividade do hospital, na qual os internos realizam trabalhos em pintura, escultura, escrita criativa, poesia e bordado.

O documentário foi filmado e produzido de maneira independente pelo diretor e antropólogo gaúcho Mário Eugênio Saretta.  Em mais de dois anos de filmagem, o diretor realizou as captações de imagem interagindo com os pacientes através de uma linguagem audiovisual ética e esteticamente sensível. “Eu fiz um trabalho de pesquisa no Hospital Psiquiátrico, então eu já conhecia bem o lugar antes de começar a filmar. O choque de realidade é constante. Eu filmei todo o documentário sozinho, sempre tentando respeitar a particularidade de cada paciente, tentando deixar eles a vontade com a presença da câmera. Porém, muitas vezes eu levei os equipamentos, mas não realizei nenhuma gravação, pois estava tentando respeitar o espaço deles. A realidade deles é algo que impacta a todos, quando encontramos aquelas pessoas sofrendo, mas ao mesmo tempo conforme convivi com os pacientes acabei percebendo o quanto eles se sentem felizes por conseguir se expressar através das oficinas de criatividade”, comentou Mário.

Os pacientes são incentivados a realizar pinturas nas paredes    Foto: Divulgação


A oficina foi criada 1990, inspirada na iniciativa da médica psiquiatra alagoana Nise da Silveira, que, em 1940, apresentou em um hospital psiquiátrico do Rio de Janeiro essa forma de tratamento humanizado em contraponto a métodos violentos como eletrochoques e lobotomia. Para realizar o documentário, o diretor captou imagens e realizou entrevistas ao longo de dois anos com pacientes, funcionários e voluntários que colaboram com a instituição. Essa proximidade e intimidade se refletem na abordagem delicada e respeitosa com que apresenta tanto os dramas de quem rompeu, alguns bruscamente, os laços com a sociedade, encarando junto ao desajuste mental históricos de carência e abandono, quanto a abnegada dedicação daqueles que os acompanham na rotina da expressão criativa — que é, como demonstrou Nise da Silveira, um eficaz canal de comunicação e reconexão desses pacientes com a vida que cerca. A paciente Solange, que tem o sonho de participar do Programa do Jô comentou sobre a experiência do tratamento ao longo dos anos, e disse que aos poucos está conquistando o seu lugar em meio a sociedade. “Faço questão de ser entendida, muita coisa foi perdida pelo não entendimento de ambas as partes,”declara Solange.

Solange comenta sobre o aprendizado nas oficinas    Foto: Divulgação


A trilha sonora do filme foi composta por Vinicius Corrêa. Ela é formada por músicas instrumentais, tendo como instrumento base o violão. Também foram apresentadas algumas canções de cantores famosos da música brasileira, cantadas pelos pacientes do local.

A paleta de cores do filme busca um contraste mais vívido, devido a opinião dos moradores do local que acreditam que o ambiente colorido ressalta a esperança e felicidade. O diretor utilizou as cores das próprias locações para nortear o seu controle de tonalidade. Isso reservou um  aspecto único para o longa, que se utiliza a todo o momento de closes de câmera nas paredes do ambiente, que contêm pinturas e poesias escritas pelos pacientes.

O filme nos transporta para uma realidade que não estamos acostumados a ver, causando inicialmente um conflito interno no telespectador. Aos poucos começamos a perceber o quanto aquelas pessoas estão se transformando e se libertando através das oficinas de criatividade. O longa revela como a arte teve um impacto decisivo na vida dos pacientes do Hospital São Pedro, servindo como um catalizador para o tratamento que estavam realizando.


Andrei Souza, acadêmico do 4º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale e Héctor Mattos, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas da Universidade Feevale. 

Inauguração do Museu do Festival de Cinema de Gramado


Foto: Andrei Souza

No dia 26 de agosto foi inaugurado o Museu do Festival de Cinema de Gramado juntamente com a abertura de atividades do 44º Festival – o mais importante do gênero no país –. O espaço interativo conta com exposição de materiais utilizados na captação de imagem desde os anos 20, como câmeras, filmadoras e rolos fotográficos para que as mais de 4 décadas da 7ª arte no nosso país sejam contadas no maior rigor possível. O espaço com capacidade para receber 2.800 pessoas por dia também contará com breve apresentação do cinema brasileiro e internacional, além de jogos interativos.

Na cerimônia os curadores do 44º Festival: Marcos Santuario e Rubens Ewald Filho contaram um pouco da história e projetos do museu, além de agradecerem a curadora do espaço, Daniela Schmitt, o diretor de criação e o responsável pela parte artística Walther Neto, e pela direção de arte André Luís Carvalho. Daniela, museóloga gaúcha e doutora na área de conservação e memória social lembra a importância do Museu para a cidade de Gramado, e para a cultura no Brasil. Ela conta que o espaço cultural se baseou em grandes museus do mundo, apresentando muita interatividade e contato com o público.

Vale lembrar que o local é privilegiado pois está dentro do Palácio dos Festivais, ao lado da Igreja São Pedro e localizado na área central de quarta melhor cidade para visitação do mundo (fonte: Trivago, site alemão).

A ideia principal é chamar a comunidade para conhecer a história do festival, sem cobrança de entrada e sendo um empreendimento autossustentável, possibilitando a locação de salas para eventos culturais como lançamentos de livros,exposições artísticas, exibição de filmes, coquetéis, reuniões, etc.

O Museu terá espaços dedicados as atrizes Zezé Motta, Maitê Proença e o ator Lima Duarte. O reconhecimento virá através de estátuas de cera que estão em produção para serem apresentadas no início do ano que vem.


A gestão do empreendimento fica nas mãos da Gramado Parks, a qual investiu aproximadamente R$ 2,5 milhões.


Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale


Políticas públicas para o audiovisual são tema de debate no Festival de Cinema de Gramado

Foto: Mileni Hartmann

Em busca da expansão do mercado audiovisual no Brasil, políticas públicas para a área foram pautas de debate no 44º Festival de Cinema de Gramado. Representantes do setor, como Manoel Rangel, da Ancine, e Carem Abreu, do Congresso Brasileiro de Cinema, reuniram-se nesta segunda-feira (29), para um momento de troca de ideias e compartilhamento de experiências. A atividade iniciou às 14 horas, na sala de debates da Sociedade Recreio Gramadense.
Aspectos como a busca pelo crescimento em todos os segmentos, da TV paga às salas de cinema, a universalização do acesso da população aos serviços e a ampliação da produção de conteúdo audiovisual brasileiro foram discutidos. Entre os objetivos, evidenciaram-se as junções necessárias entre regulação e estímulo, fomento e subsídio para as obras. “Com essa finalidade, o Brasil pode se tornar capaz de expressar-se através do audiovisual, plural e múltiplo da forma que ele é”, sublinha Manoel.
Por outro lado, foram apresentados dados como os mais de 95% de parque exibidor já digitalizado no país, mais de 20 mil pequenos negócios relacionados ao audiovisual funcionando em múltiplas cidades, 0,57% de parcela do PIB (Produto Interno Bruto) e a 12ª colocação em todo o mundo como produtor audiovisual, que mostram que o crescimento no Brasil vem sendo consolidado nos últimos anos.

Entre os participantes, pode-se citar também a presença de Vitor Hugo, da Secretaria de Estado da Cultura do RS, Milena Evangelista, da Secretaria de Cultura de Pernambuco e Steve Solot, do Rio Film Commission. A mediação ficou por conta de Roger Lerina: “O painel foi multifacetado e mostrou os problemas e demandas atuais do nosso audiovisual”, concluiu Lerina, antes da abertura para as perguntas do público.

Bianca Dilly, acadêmica do 6º de Jornalismo na Universidade Feevale

Coletiva sobre o filme “O Silêncio do Céu” movimenta o Festival de Cinema

Foto: Patrick Sandri
A sala de debates do Festival de Cinema de Gramado estava lotada para conferir a coletiva sobre o filme “O Silencio do Céu”. O filme é dirigido por Marco Dutra e protagonizado pela atriz Carolina Dieckmann (“Entre Nós”) e pelo ator argentino Leonardo Sbaraglia (“Relatos Selvagens”). A imprensa e os convidados realizaram perguntas para os integrantes do longa.
O produtor Rodrigo Teixeira comentou sobre os aspectos técnicos do filme e a intenção de filmar no Uruguai. “O projeto nasceu com o intuito de reunir talentos da América Latina. Partimos de uma obra argentina adaptada por grandes roteiristas também argentinos, dirigida por um brasileiro cuja obra é internacionalmente reconhecida, que é o Marco Dutra, e com um elenco diverso formado por argentinos, uruguaios e brasileiros. Filmar no Uruguai, com equipe local, consolidou a nossa proposta de aproximar as fronteiras latino-americanas”, explica o produtor Rodrigo Teixeira.
Rodrigo também comentou que Carolina Dieckmann aceitou na hora o convite para participar do longa, mesmo sabendo que teria que interpretar uma cena de estupro logo no início do filme. A atriz comentou que existe uma grande necessidade de discutir o tema, mesmo que o filme tenha sido gravado antes das polêmicas no Brasil envolvendo a “cultura do estupro”. Ela ainda mencionou que teve um pouco de dificuldade em se adaptar ao idioma espanhol, já que teve apenas quatro semanas para aprender a língua.
O filme é uma coprodução feita por Brasil e Uruguai, rodado no idioma espanhol e tendo como base o livro “Era El Cielo”, de Sergio Bizzio. O filme, produzido pela RT Features e distribuído pela Vitrine Filmes, tem estreia programada para os cinemas brasileiros no dia 22 de setembro.


Andrei Souza, acadêmico do 4ºsemestre de Jornalismo e Héctor Mattos, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale.

Atores e Atrizes são premiados no 44º Festival de Cinema de Gramado

Com o início do Festival de Cinema de Gramado, atores, atrizes e diretores envolvidos com a produção audiovisual, começaram a chegar à cidade da serra gaúcha.

Sonia Braga foi homenageada na noite de sexta feira, 26, com o Troféu Oscarito. A atriz conquistou o público e a imprensa esbanjando simpatia e disposição, desdobrando-se entre entrevistas e beijinhos assoprados para os fãs ao desfilar pelo tapete vermelho.

Foto: Divulgação/Edison Vara/Pressphoto
Nelson Xavier e Bruna Linzmeyer (que será jurada da mostra latina), também estão na cidade para receber seus prêmios. A atriz Andreia Horta, que interpreta a cantora Elis Regina na cinebiografia ‘’Elis’’, de Hugo Prata, foi uma das mais aguardadas. Em entrevista coletiva no domingo (28), a atriz conta que era um sonho de adolescente interpretar Elis. ‘’Eu era louca por ela. Com 14 anos, cortei meu cabelo igual ao dela’’, relembra.  

Tony Ramos também foi homenageado no Palácio dos Festivais na noite de sábado. O ator recebeu o Troféu Cidade de Gramado. Na estante, ele já guarda um Kikito recebido em 2001.  “Reservei um espaço ao lado do meu Kikito”, revelou o ator, no palco, onde recebeu o troféu das mãos do prefeito municipal Nestor Tissot.

Foto: Divulgação/ Edison Vara/Pressphoto
Para esta semana, estão confirmadas as presenças de Caio Blat e Sophie Charlotte. Os dois estão no filme Barato Ribeiro, 716, dirigido por Domingos de Oliveira. O cineasta Jose Mojica Marins, conhecido como Zé do Caixão, que iria receber na terça feira (30), o prêmio Eduardo Abelin, que é entregue como reconhecimento a diretores, produtores e técnicos pelo trabalho desenvolvido em prol do cinema brasileiro, não poderá comparecer por determinação médica. Aos 80 anos, está com a saúde debilitada. A atriz Cecilia Roth, famosa por estrelar as obras de Pedro Almodóvar, será homenageada com o Kikito de Cristal na sexta feira, 02 de setembro.

Larissa Carlosso, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale.

Diretor do Festival fala sobre a representatividade do evento para Gramado


Foto: Bianca Dilly

Entre tantos momentos importantes que Gramado sedia, o Festival de Cinema continua tendo uma importância única, conforme conta o diretor geral do evento, Enzo Arns. Apesar do grande público que atrações como o Natal e a Páscoa reúnem, Enzo garante: “O Festival de Cinema ainda é, pra Gramado, o maior difusor do nome da cidade e segue sendo o nosso maior gerador de mídia espontânea”.
A 44ª edição ainda possui uma característica singular comparada às demais. Em 2016, a experiência cinematográfica atinge tanto especialistas, quanto cinéfilos e admiradores da sétima arte: “Estamos deixando um legado para o 45º evento. Tecnicamente está muito bom nesse ano, com os filmes e a qualidade em geral, além de estarmos pensando em algo acessível para todos, com as sessões abertas e as atividades da Rua Coberta, por exemplo”, saliente Enzo, que também é diretor de eventos da Gramado Tur.
A empresa é a responsável pelo gerenciamento de todos os processos do Festival. Cenografia, montagem da Sociedade Recreio Gramadense, música, festas e logística. A exceção é o júri e o crivo técnico, ou seja, a parte técnica, em que apelam para o suporte da comissão de curadoria própria. “Em Gramado a gente tem uma certa prepotência, no bom sentido, de sermos os melhores naquilo que nos propomos a fazer. Nos esmeramos e orgulhamos muito desse papel. A cidade sempre exige mais, melhor e de uma forma diferente”, finaliza o organizador.

Bianca Dilly, acadêmica do 6º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale.