terça-feira, 12 de agosto de 2014

Encontros ACCIRS - ABRACCINE: 50 Anos de Crítica

Ocorreu na tarde desta terça-feira, na Sala de Debates, o encontro entre a Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e a Associação Brasileira dos Críticos de Cinema para debater 50 anos de crítica. Os críticos presentes no debate foram Hélio Nascimento, Enéas de Souza e Hiron Goidanich, o Goida. O Gaúcho Hélio tem dois livros publicados, e escreve desde 1961 para o Jornal do Comércio. Eneás é Carioca, é formado em Economia, Filosofia e Psicanalise. E Goida, Também Gaúcho, aficionado por quadrinhos, escreve atualmente para a Revista Teorema. O debate foi mediado por Ivonete Pinto, Vice-Presidente da ABRACCINE.

Encontros ABRACCINE - ACCIRS: 50 anos de Crítica
(Foto: Isabel Borba/Feevale)
O bate papo começou com uma frase de impacto de Hélio logo em sua apresentação. Hélio disse: “Se não existir o conflito com o passado, o novo não surge.” O Debate seguiu com Ivonete colocando à mesa a questão das influências dos três debatedores. Todos foram unânimes quanto ao nome de Paulo Fontoura Gastal. Gastal foi o principal mentor do Clube de Cinema de Porto Alegre, fundado em 1948, e um dos idealizadores do Festival de Cinema de Gramado. Falaram, também, sobre a influência de Paulo Emílio Sales Gomes e Antônio Viana, entre outros.

A segunda questão posta em debate, pela mediadora, foi a questão dos Blockbusters, filmes de grande bilheteria, nas salas de Cinema do Brasil. Hélio foi o primeiro a responder, disse que: Não chega a ser algo nocivo. O que é nocivo é a quantidade em que eles chegam.”  Acrescentou ainda uma crítica ao filme Batman – O Cavaleiro das Trevas, dizendo que “o filme é um ensaio sobre a corrupção.” Pra encerrar, Hélio falou: “Mas a maioria, me desculpem a expressão, não serve pra nada.”. Enéas foi para o lado mais político dos Blockbusters. Disse que os filmes de grande bilheteria tem um papel político de nos mostrar o triunfo americano sobre o mundo. Enéas ainda citou uma frase de Godard: “Cinema é uma arte que pensa e faz pensar.” E encerrou a sua fala com a frase: “Se servem para pensar (os Blockbusters), ótimo. Senão, é lixo.” Goida trouxe a questão para um viés cultural. Destacou o filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, como um marco de Blockbuster e um filme sucesso de crítica. Citou Steven Spielberg que, no lançamento do filme E.T., disse que os filmes precisavam de menos efeitos especiais e mais efeitos humanos. No fechamento, disse: “ Viva os Blockbusters, mas viva os filmes que fazem pensar.”

A última questão levantada por Ivonete foi a de que o Rio Grande do Sul seria o cemitério do cinema nacional. Ambos foram enfáticos em dizer que não era verdade. Que o Brasil todo é o cemitério do cinema. Ao final, Goida criticou a falta de espaço para escrever sobre cinema como antigamente e, Eneás destacou que a cultura faz pensar, por isso não há espaço para as críticas. “Pois interessa a alguém que não pensemos”, disse o Crítico.



Rafael da Roza, Acadêmico do 4º Semestre da Universidade Feevale.

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