domingo, 11 de agosto de 2013

Wagner Moura é homenageado com o Troféu Cidade de Gramado

O ator Wagner Moura recebeu o Troféu Cidade de Gramado no 41º Festival de Cinema de Gramado, no último sábado. Em meio à homenagem, Moura conversou com a imprensa sobre sua primeira atuação em um longa metragem hollywoodiano, Elysium. Aproveitando o momento, falou também sobre assuntos como o cinema brasileiro, a situação sociopolítica do país e planos futuros.
“Nunca morei fora do Brasil, uma coisa é você falar inglês, outra é você construir esse personagem todo em uma língua com a qual você não tem uma identificação profunda” afirmou o ator sobre seu personagem, que, segundo ele, é repleto de nuances e muito dúbio. “Elysium é um filme sobre diferenças sociais”, comenta. Seu gênero é ficção científica, que se passa no ano de 2154 e no primeiro dia de exibição, dia 7 de agosto, já foi líder das bilheterias americanas. Ele deve ser lançado do Brasil dia 20 de setembro deste ano.
Sobre o enredo, ele disse não acreditar que o mundo será da forma como Elysium mostra, apesar de vir de um país onde a desigualdade impera e é repleto de elísios. “Condomínios fechados são pequenos elísios, e aqui no Brasil, o que não falta é condomínio fechado”.
Quando questionado sobre fazer carreira fora do Brasil, declarou “eu acho que eu sou um ator brasileiro e vou continuar fazendo filmes brasileiros”, dizendo estar apenas aproveitando a oportunidade. Mas é provável que mais convites virão, o que não quer dizer, segundo ele, que os aceitará.
O ator foi diretor no mais novo clipe da cantora Vanessa da Mata, da canção "Te Amo", e, quando questionado sobre planos de ser o diretor de um longa, ele disse que essa oportunidade está bem próxima, “eu tenho um projeto já, mas não posso falar ainda, pois estou comprando os direitos de um livro e, embora eu tenha um acordo verbal já com esse autor, eu ainda não assinei o contrato, então penso que talvez não seria ético dizer agora, mas está bem perto”, apontou, deixando a curiosidade imperar no ambiente.



Moura afirmou que o festival de cinema não deve ser só um tapete vermelho, por onde desfilam celebridades que vão assistir a filmes, e sim uma plataforma legítima para discussão política.
“Eu acho que o cinema brasileiro particularmente gosta de falar e refletir o Brasil, de debater o país. E se vê que é uma tradição antiga, não diz respeito só ao cinema novo, é anterior a isso, e eu acho que isso é importante. Mas acho que não é obrigação de ninguém fazer filme político ou que discuta nada, mas por acaso, é uma característica bem forte do cinema nacional”, pondera o ator a respeito do papel do cinema brasileiro no abrir os olhos da sociedade, perante o que precisa mudar no país.
Também comentou sobre o filme Serra Pelada, que está para estrear no dia 18 de outubro, no qual atuou mais como produtor do que como ator. O filme se passa nos anos 80 e fala de um importante momento histórico do país. Segundo o ator, ele irá agradar o telespectador que gosta de cenas de ação.
E, ao final da entrevista, quando questionado sobre a possibilidade de lançamento de um Tropa de Elite 3, deixa claro, “não tem a menor chance”.
Caroline Luiza Willig - Jornalismo, 4° semestre

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