terça-feira, 13 de agosto de 2013

Jaime Lerner fala sobre o seu filme Dyonélio



Jaime Lerner (esq.) e Clemente Viscaino (dir.)


Na tarde de segunda-feira 12 de agosto, foi exibido o longa-metragem “Dyonélio” dirigido por Jaime Lerner. O filme conta a história e trajetória de Dyonélio Machado, um dos expoentes da literatura, psicanálise e do Partido Comunista Brasileiro. O diretor do longa viveu dos 7 aos 24 anos em Israel. Na Universidade de Tel Aviv, Jaime ficou na dúvida entre psicologia e cinema, mas decidiu por ser cineasta. 


Após começar este curso, Jaime se apaixonou por cinema e passou a receber atenção de um professor. Jaime conta como surgiu a ideia de esclarecer a vida de Dyonélio “Assim, um filme anterior que eu fiz que chama “Porto Alegre, Meu Canto no Mundo, a gente usou vários trechos de música, de literatura sobre a cidade e o que tinha a ver com a cidade e usei dois trechos dos Ratos do Dyonélio Machado. E ali comecei a pensar, poxa esse cara escreve tão bem e retrata tão bem a cidade. Começou a vir a ideia de usar texto de ficção dele retratando o centro da cidade em 1930 sobre imagens documentais atuais e aí eu comecei a desenvolver a ideia e ler. Então pensei, não pode ficar só nisso”.


Jaime também comenta como ele colocou as possíveis contradições do escritor no filme “Quando a gente pesquisou e começou a ver isso, apareceu a dimensão da pessoa. Todos nós somos contraditórios, mas quando a gente faz um filme sobre uma pessoa, nós temos a tendência de mostrar só um lado mas o interessante pra criar a dramaticidade e dar o conflito era mostrar os dois lados e mostrar justamente essa profundidade”. 


Em meio a entrevista o ator que interpretou Dyonélio, Clemente Viscaino fala como ele se preparou para interpretar este grande escritor “Nós ensaiamos muito pouco tempo, e eu trabalhei no Dyonélio, se eu ficasse com muitas especulações em cima dele, eu trabalhei no racional dele. Eu tenho que trabalhar no racional, na ideia dele e memorizar as coisas que ele tem.”. O ator Clemente Vascaíno revela que interpretar Dyonélio Machado, fez com que ele conseguisse entender melhor o seu pai, que foi um imigrante e anarquista “Pra mim foi um grande prêmio, interpretar este homem mudou muita coisa na minha cabeça. Hoje entendo atitudes de meu pai.”



Júlia Klein – Acadêmica de Jornalismo, 2° semestre.

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