quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Documentário sobre Caio F foi exibido ontem

Cacá Nazário
A vida e a obra de Caio Fernando Abreu, ou melhor, Caio F., como gostava de ser chamado, foi exibida num documentário intitulado de “Sobre sete ondas verdes espumantes”. Essa obra foi exibida ontem, às 16 horas, no Palácio dos Festivais.
O trabalho apresentado foge um pouco da linha de documentários convencionais. O codiretor Cacá Nazário explica: “É Road Movie poético, um filme de estradas. A gente foi nos vestígios dele, onde ele morou na Europa. A gente arriscou, fez um filme mais poético. A maneira que a gente ia viajando, ia descobrindo facetas do Caio, da literatura, da forma e visão de mundo dele. Fizemos quatro países da Europa, interior do Rio Grande do Sul, onde ele nasceu. Não é um filme de entrevistas, é um filme poético”.
Sobre sete ondas verdes espumantes tem uma peculiaridade interessante: é todo dividido em capítulos, como se fosse um livro. E esses capítulos foram separados em sete e receberam o nome de ondas. São elas: onda da solidão, do espanto, do amor, da melancolia, do transbordamento, do irremediável e para além dos muros. Todos eles retratam a obra de Caio de uma forma diferente, sem conter entrevistas, porém textos e cartas de Caio narrados nas vozes de amigos e pessoas próximas a ele: Adriana Calcanhoto e Maria Adelaide Amaral.
Como é um documentário que retrata a vida e a obra do escritor, houve um grande trabalho de pesquisa. A justificativa sobre a temática fica por conta do ator e amigo de Caio, Marcos Breda: “Caio Fernando Abreu dispensa apresentações pela riqueza, pela obra dele. Entre as mil curiosidades sobre ele é que quando ele estava escrevendo ele se perguntava onde fica a câmera nesse momento que eu estou escrevendo essa cena, essa passagem. Ele escrevia pensando em guiar o olhar de quem estava lendo. O texto do Caio é bom de ser lido, de ser dito em voz alta e de ser visto também. Esse filme é uma homenagem que ele ficaria muito feliz de assistir também”.

O documentário traz através da sua composição todo trabalho do Caio de uma maneira diferente da que se conhece, unindo o cinema com a sua literatura, que era um desejo dele. E como toda obra do Caio, se tem dor, amor, melancolia e tristeza, causando emoção a quem assiste.

Bruna Haas Pacheco, Acadêmica do 1º semestre de Jornalismo

2 comentários:

  1. Excelente trabalho Bruna!

    Tive acesso a algumas cartas do Caio, disponibilizadas na internet, e realmente o documentário deve ser tocante. De uma poesia e delicadeza únicas.

    Espero ansioso para poder assisti-lo.

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  2. Ótimo texto Bruna. Mesmo não conhecendo nada sobre ele, dá vontade de ver o documentário para saber mais sobre a vida e a obra de Caio.

    Parabéns.

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