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Bruno Klein, Mimi Aragon, Rafael Martins dos Santos, Marilaine Castro da Rosa, Felipe Mianes, Márcia Caspary e Liege Nardi. Foto: Mariana Iablonowsky |
Na tarde da última sexta-feira
(14), ocorreu no Hotel Serra Azul, um painel com debate sobre o projeto de
recurso de acessibilidade na narração de áudio visual de filmes. A palestrante
Marilaine Castro da Costa fez a abertura do painel explicando os objetivos e o
porquê de oferecer acessibilidade: “garantir um direito, valorizar a capacidade
e as habilidades de cada pessoa; serviço para todos, pensando em cada um, criar
um diferencial e garantir mais clientes”, enfatizou Marilaine. A palestrante
falou que produzir recursos de acessibilidade é uma grande responsabilidade e é
essencial, para quem trabalha neste meio, ter domínio das técnicas e conhecer a
obra.
O segundo palestrante, Bruno Klein, falou dos 5 filmes que já possuem
audiodescrição: “O Saneamento Básico, O Homem que Copiava, Tropa de Elite, O
Tempo e o Vento e Os Dois Filhos de Francisco. Klein salientou que para
produzir a acessibilidade leva um período de duas semanas e meia. Durante o
debate foi comentado que o custo que se tem nestas produções não é o que impede
as grandes produtoras cinematográficas do produzir mais filmes nesse aspecto.
No filme “O tempo e o vento” a produção custou cerca de R$ 3 milhões de reais e
somente 0,02% foi gasto com a áudio descrição e LSE. O palestrante ainda fala:
“o grande empenho e desafio da Som da Luz (empresa especializada neste tipo de
acessibilidade) é dar continuidade a este projeto”.
A palestrante Marcia Caspary reflete sobre o lema: “Nada sobre nós sem
nós, a ideia comunica que nenhum resultado a respeito das pessoas com
deficiência haverá de ser gerado sem a plena participação das próprias pessoas
com deficiência”. Ela ainda comenta que desde o final do ano de 2013 e início
de 2014, empresas trouxeram aplicativos estrangeiros que sincronizam a áudio descrição,
ao filme, seja onde ele rodar, na tela do cinema, TV ou computador. São eles:
Movie Reading da Iguale Acessibilidade (funciona sem acesso à internet) e
Whatscine da Mais Diferenças (necessário wifi, não aceita internet móvel).
“Acessibilidade não é para agradar, ela é lei, é necessária”, destacou Márcia.
Felipe Mianes, é usuário, pesquisador e consultor de áudio descrição.
Mianes comenta que “temos 45 milhões de pessoas com deficiência, uma fatia de
23,9% da população, ou seja, um mercado de clientes”. Ele também afirma que
“todos nós seremos usuários de áudio descrição um dia e que não se faz áudio descrição
somente para um ou outros, devemos lembrar que é para nós mesmos. Temos que
pensar em todos, não só nas pessoas que possuem smartphone, internet e com auto
poder aquisitivo; não podemos dar acesso excluído pessoas, isso deve ser
Universal. Ele ainda comenta que patrocinar áudio descrição liga as marcas”.
Mimi Aragan, a penúltima palestrante comenta que “ o festival de Gramado
vem abrindo as portas e inserindo a acessibilidade na sociedade da mesma forma
que acontece em Brasília. Em quatro anos de amostra competitiva são mais de 200
pessoas que vem de três municípios gaúchos para a cidade de Gramado como
espectadores, e quando estas pessoas chegam no Festival são muito aplaudidas
pelo público. O Diretor da ACERGS (Associação de cegos do Rio Grande do Sul),
Rafael Martin dos Santos, também usuário, foi o último a falar no evento “estou
feliz pela maturidade das pessoas que estão aqui discutindo milhares de formas,
alternativas e possibilidades de levar acessibilidade aos usuários. Precisamos
assecibilizar as coisas, agregar valor”, destacou o diretor.
Na tarde de sábado (15), no Palácio dos Festivais foi exibido o filme “Tropa
de Elite 1” com áudio descrição, com o objetivo de exemplificar o tema debatido
no dia anterior. Durante o Festival, a produção “A Oeste do fim do Mundo” foi exibida
com áudio descrição. Segue a baixo o link da película:
Link do filme "A Oeste do
Fim do Mundo, filme com áudio descrição: http://youtu.be/v8UMMYuuLb8 http://tagasblog.wordpress.com/tag/a-oeste-do-fim-do-mundo/
Vanessa Garcia, acadêmica do 9°
semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale
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