Foto: Rosana Silveira |
No início da tarde dessa segunda-feira (10), ocorreu na
Sociedade Recreio Gramadense um debate entre os diretores dos curtas gaúchos
que participaram da mostra competitiva no 43º Festival de Cinema de Gramado. O
mediador da coletiva foi o apresentador e crítico de cinema Roger Lerina.
Os diretores de todas as produções participaram da
atividade, apresentando a sinopse do curta e também destacando o elenco,
desafios e a construção do roteiro. Na categoria de mostra competitiva os
gêneros das produções participantes variaram entre documentários e ficção. No
encontro de diretores, as produções que mais tiveram destaque e que despertaram
a curiosidade do público presente, foram: “A arte da Loucura” que mostrou um grupo
de atores italianos em residência artística em Porto Alegre, durante cinco dias
se encontraram no Hospital Psiquiátrico São Pedro para ensinar Teatro; “Madrepérola”
levou para as telas a questão de pessoas acima do peso, consideradas fora dos
padrões determinados pela sociedade, o curta mostrou como mulheres se sentem
relação a isso, com o objetivo de quebrar os estereótipos empregados pela
sociedade; e “De Que Lado Me Olhas” documenta a questão das pessoas como um gênero
ou até mesmo transgêneros, relatando a construção de identidade das pessoas.
Essas três produções chamaram a atenção por tratar de assuntos sociais e que por
vezes são tratados com menosprezo por parte da sociedade. Então a construção
dos roteiros e o elenco foram temas discutidos pelos produtores de outros
filmes competidores.
A exibição dos 19 filmes concorrentes nessa edição aconteceu
no sábado (8) e no domingo (9), no Palácio dos Festivais.
Os vencedores dessa categoria no Festival recebem o Prêmio
Assembleia Legislativa – Mostra de Curtas Gaúchas e foram revelados na noite de
ontem (9). A produção em destaque foi de Lucas Cassales, “O Corpo”, que
garantiu quatro prêmios: fotografia, roteiro, direção e melhor filme.
Em entrevista exclusiva à equipe de Agecom, o crítico Roger
Lerina falou que “ano após ano, aqui no Festival de Cinema de Gramado a gente
consegue ter um panorama, bastante amplo da produção, eu acho que tem melhorado,
literalmente a olhos vistos. Porque a gente vê que a atuação dos cursos de realização
audiovisual aqui no estado está rendendo frutos interessantíssimos, os alunos
estão produzindo filmes, às vezes, trabalhos de conclusão de curso com uma
qualidade que não deixa nada a desejar”. Lerina ainda destacou que muitas
produções gaúchas possuem qualidades para participar de mostras e competições
em outros festivais nacionais e internacionais, e ainda lembrou: “No ano
passado o filme que ganhou a competição nacional de curtas metragens (Se Essa
Rua Fosse Minha), era um filme de estudantes, uma galera da Unisinos”. Roger
ainda falou que gostou dos premiados da categoria de curtas gaúchos desse ano e
completou: “ ‘O Corpo’ levou o melhor filme, melhor roteiro, melhor fotografia
e melhor direção. Foi muito merecido, um filme que tem uma qualidade incrível,
é um filme que brinca com a questão de gênero e que está concorrendo na
categoria de mostra nacional também”.
Confira a lista dos vencedores
em 2015:
Melhor Produtor: Clara
Moraes, por “Madrepérola”
Melhor Edição de Som:
Daniel de Bem, por “Pele de Concreto”
Melhor Música:
Bebeto Alves, por “Rito Sumário”
Melhor Direção de
Arte: Eder Ramos, por “Da Vida Só Espero a Morte”
Melhor Montagem: Daiane
Marcon e Daniel de Bem, por “Pele de Concreto”
Melhor Fotografia:
Arno Schuh, por “O Corpo”
Melhor Roteiro:
Lucas Cassales, por “O Corpo”
Prêmio Exibição
Curtas Gaúchos RBS TV: “Consertam-se Gaitas”, de Ana Cris Paulus, Boca
Migotto e Felipe Gue Martini
Melhor Atriz:
Gabriela Poester, por “Bruxa de Fábrica”
Melhor Ator:
Carlos Azevedo, por “Rito Sumário”
Melhor Diretor:
Lucas Cassales, por “O Corpo”
Melhor Filme: “O
Corpo”, de Lucas Cassales
Ubiratan Júnior, acadêmico do 3º semestre de Jornalismo na
Universidade Feevale.
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