Animação foi exibida pela primeira vez ontem |
Os desafios do cinema de animação no Brasil estiveram em
voga no debate sobre o curta-metragem Miss e Grubs. O filme, que compete na
mostra brasileira de curtas é uma animação paulista dirigida e roteirizada por
Camila Kamimura, que falou com a imprensa sobre a concepção da estória. A
estreia de Camila é o primeiro ato de um filme que deve contar com mais quatro
partes. A diretora iniciou sua fala
comentando sobre um novo movimento de animação que se inicia no país, “Tem
bastante animação surgindo no Brasil. Nós, brasileiros, somos muito bons nisso.
É pouco divulgado, mas tem muita gente fazendo sucesso. A entrada dessa nova
lei em que a gente pode trabalhar para os canais de tv fechada, nos ajudou
muito”.
Camila falou também sobre o roteiro do curta, “Eu tinha a
concepção da estória em três linhas, após isso desenvolvi para um roteiro de
ficção. Como é um filme sem diálogo, foi um roteiro mais descritivo, para
ilustrar as transformações pelas quais os personagens passam”. Para Camila, o
roteiro de cinema deve se tornar invisível, para fluir melhor na estória e,
sendo assim, o resultado foi satisfatório.
Sendo a única mulher da equipe de produção de Miss e Grubs,
Camila comentou as dificuldades em trabalhar aspectos femininos no filme. Do
mesmo modo, sendo um meio amplamente dominado por homens, Camila destacou que
uma das principais dificuldades foi dirigir os animadores.
Visível no traço e na concepção dos sentimentos das
personagens, a diretora comentou da influência que Hayao Miyazaki no seu
trabalho. Grubs, uma larva desengonçada, que se apaixona por uma pequena
roedora toda delicada, lembra das duplas famosas nos filmes de Miyazaki, como
Meu Amigo Totoro (1988) e Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar (2008). Camila também
destacou a importância do estúdio americano Pixar nos últimos anos, que vem
lançando animações tanto para o público infantil quanto para o adulto.
Miss e Grubs se tornou um projeto possível através de um
edital do governo paulista e está programado para ser divulgado em nove
festivais do país. Segundo Camila, o curta custou cerca de 68 mil reais, mas
ainda não tem previsão de ser lançado comercialmente. Além disso, a diretora
trabalha no roteiro de um curta que vai abordar o sentimento de luto do ponto
de vista de uma menina que perde o pai.
Giancarlo Couto, acadêmico do 7º semestre de Jornalismo
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