segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Coletiva de Imprensa - Miss e Grubs

Animação foi exibida pela primeira vez ontem

Os desafios do cinema de animação no Brasil estiveram em voga no debate sobre o curta-metragem Miss e Grubs. O filme, que compete na mostra brasileira de curtas é uma animação paulista dirigida e roteirizada por Camila Kamimura, que falou com a imprensa sobre a concepção da estória. A estreia de Camila é o primeiro ato de um filme que deve contar com mais quatro partes.  A diretora iniciou sua fala comentando sobre um novo movimento de animação que se inicia no país, “Tem bastante animação surgindo no Brasil. Nós, brasileiros, somos muito bons nisso. É pouco divulgado, mas tem muita gente fazendo sucesso. A entrada dessa nova lei em que a gente pode trabalhar para os canais de tv fechada, nos ajudou muito”.
Camila falou também sobre o roteiro do curta, “Eu tinha a concepção da estória em três linhas, após isso desenvolvi para um roteiro de ficção. Como é um filme sem diálogo, foi um roteiro mais descritivo, para ilustrar as transformações pelas quais os personagens passam”. Para Camila, o roteiro de cinema deve se tornar invisível, para fluir melhor na estória e, sendo assim, o resultado foi satisfatório.
Sendo a única mulher da equipe de produção de Miss e Grubs, Camila comentou as dificuldades em trabalhar aspectos femininos no filme. Do mesmo modo, sendo um meio amplamente dominado por homens, Camila destacou que uma das principais dificuldades foi dirigir os animadores.
Visível no traço e na concepção dos sentimentos das personagens, a diretora comentou da influência que Hayao Miyazaki no seu trabalho. Grubs, uma larva desengonçada, que se apaixona por uma pequena roedora toda delicada, lembra das duplas famosas nos filmes de Miyazaki, como Meu Amigo Totoro (1988) e Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar (2008). Camila também destacou a importância do estúdio americano Pixar nos últimos anos, que vem lançando animações tanto para o público infantil quanto para o adulto.

Miss e Grubs se tornou um projeto possível através de um edital do governo paulista e está programado para ser divulgado em nove festivais do país. Segundo Camila, o curta custou cerca de 68 mil reais, mas ainda não tem previsão de ser lançado comercialmente. Além disso, a diretora trabalha no roteiro de um curta que vai abordar o sentimento de luto do ponto de vista de uma menina que perde o pai.

Giancarlo Couto, acadêmico do 7º semestre de Jornalismo

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