sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Museu de Cinema de Gramado conta a história do Festival

Museu de Cinema de Gramado| Foto: Caíque Cardozo


Há dois anos, Gramado ganhou um importante aliado na preservação e divulgação da história dos seus festivais. Trata-se do Museu do Festival de Cinema: anexo ao Palácio dos Festivais e com 584 metros quadrados, o museu abriga todo o histórico do festival e também sobre o cinema brasileiro.

A incursão começa com uma linha do tempo que traz a história dos festivais através dos longas-metragens vencedores em cada edição. A curadora do museu, Daniela Schimitt, conta os motivos que fizeram de Gramado a sede do evento: “O festival veio para cá em função do regime militar. Já existia em Brasília, mas devido a censura, se pensou em trazer para um local mais afastado, Gramado já havia realizado duas mostras de cinema, em 69 e 71”. O Festival de Brasília é o mais antigo do Brasil, porém o de Gramado é o mais antigo ininterrupto.

Museu de Cinema de Gramado| Foto: Caíque Cardozo


Segue-se a história de evolução do Festival e, em 1987 pensa-se em mudar o Festival de local devido a infraestrutura do local, pois havia capacidade para apenas 600 lugares. Fez-se então uma campanha durante um ano para um novo espaço e, com a ampliação do lugar para 1100 lugares, mudou-se o nome de Cine Embaixador para Palácio dos Festivais. O local mudou também sua fachada e o festival conseguiu se manter. “Era muito importante que o festival continuasse na cidade. Foi através dele que Gramado tornou-se conhecida nacionalmente” comenta Daniela.


Kikito | Foto: Caíque Cardozo

Na década de 90, com a troca da presidência e o governo Collor, a Embrafilme é extinta e poucos filmes brasileiros passam a ser produzidos, fato que permite a inclusão de filmes da América Latina no festival. E conforme os anos, foi evoluindo e se modernizando. O museu também conta com atrações para o público, como um quiz, para testar o conhecimento sobre o festival, jogo da memória para as crianças e a atração “Você é o Editor”, onde o público monta os personagens, a trilha sonora, o contexto, e recebe o filme por e-mail. “A gente traz um pouquinho da história, com totens de pesquisas, curiosidades e a lista de todos os vencedores, que conta com mais de 300 filmes premiados. É história com tecnologia” afirma a curadora.


A novidade desse ano, além de todo o acervo, é a exposição fotográfica “Bastidores com Domingos Oliveira”, de Desirée do Valle com curadoria de Dalmo Santana. A exposição é uma homenagem ao cineasta brasileiro muito premiado no festival, e mostra os bastidores de quatro de seus filmes.


Dário Gonçalves | 7 Semestre de Jornalismo

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