segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Entrevista: Mirela Kruel


Diretora de filmes, criadora de imagens e jornalista, Mirela Kruel faz de suas obras audiovisuais um conceito para quem acredita na criatividade compartilhada e na aposta de temas sociais. Neste ano,  a diretora traz ao Festival de Cinema de Gramado o curta metragem Catadora de Gente, que concorre na mostra competitiva.
O curta documental traz os bastidores, de uma forma muito sensível, da vida de Maria Tugira Cardoso, que tem uma vida dedicada à catar lixo em Uruguaiana. É sobre este trabalho que ela nos falou em entrevista exclusiva.

1- Como foi a pesquisa para o curta-metragem Catadora de Gente?
Na verdade, a Tugira eu já conhecia de alguns outros trabalhos que eu fiz para a Fundação Luterana que me chamou para fazer um filme sobre catadores
de um projeto que elas apoiam. Nesse projeto conheci ela e me apaixonei pela história. Principalmente nesse momento histórico que a gente está vivendo, de contar a história de uma mulher, uma grande lutadora, com uma personalidade muita forte e um força muito grande. Além disso, uma mulher que não pensa só nela e sim na sua comunidade. Vi então na história da Tugira a história de muitas mulheres, de muitas catadoras e uma história também social que tem a ver com as desigualdades do nosso país.

2 - Como é ter o curta estar em Gramado esse ano?
É sempre muito legal a gente pode falar um pouco mais sobre o filme e sobre o processo do realizador. Também é muito bom participar porque a gente escuta o outro, escuta os espectadores do filme, os críticos, a imprensa, então, é aquele momento de troca que é importante tanto para o realizador quanto para o próprio filme.

3 - O que o filme pode influenciar na cultura latino-americana?
Eu acho que o Catadora de Gente para cultura latino-americana é fundamental, porque fala sobre o povo. Temos estes contrastes sociais que são tão marcantes na américa latina, como a luta de um povo para sobreviver com seu trabalho, a luta dessas mulheres para ganhar espaço, para ganhar respeito da sociedade. Então é um filme que dialoga muito com os aspectos sociais de toda a américa latina e hoje a gente pode dizer que de todo o mundo, porque cada vez mais esses contrastes estão presentes, então quando a gente traz a história dessas pessoas que não são vistas pela sociedade, estamos proporcionando um olhar mais apurado, um olhar mais atento a essas questões sociais.


Felipe Scheibe|7º semestre de Jornalismo 

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