quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Por um inverno mais longo em Gramado

É quase impossível não associar Gramado ao frio. Fechamos os olhos e em segundos, surge a imagem de um delicioso fondue perto da lareira, taças de vinho, pessoas agasalhadas com casacos de lã e cachecóis, e por que não, a neve, que de vez em quando dá o ar da graça. Aconchego e charme é que não faltam por aqui.

Todo esse clima encantador fica mais evidente, é claro, nos meses de outono e inverno, e durante eventos como o Festival de Cinema de Gramado. O grande número de turistas que transitam pela cidade todos os dias, especialmente na temporada mais fria do ano, ajudam a aquecer a economia local, principalmente no segmento de vestuário.

Mas basta conversar um pouco com os comerciantes locais para descobrir que nessa temporada o frio, que fez a alegria de muita gente que veio ver a neve de perto, não foi suficiente para deslanchar as vendas de roupas e acessórios específicos para o inverno. A maioria dos estabelecimentos ligados ao setor ainda não sentiu um impacto expressivo nas vendas.

Divanir Bertoluci, 56 anos, proprietária de uma loja de malhas na Avenida das Hortênsias há mais de três décadas, conta que no ano passado as vendas nesse mesmo período foram mais significativas. “O frio desse ano tem sido intenso, mas não dura muito. É melhor quando a temperatura está amena, e depois esfria e permanece. Assim, muitos turistas que não trouxeram agasalho, acabam adquirindo peças aqui”, explica.

Para muitos consumidores, a inconstância do clima desencoraja as compras. “A gente acaba não adquirindo tantas peças, porque acha que vai usar bem menos. Afinal, num dia fazem quatro graus e no outro quinze!”, ressalta a funcionária pública Marne Brum, 53 anos, moradora da cidade vizinha, Canela.

Para a comerciante Marisete Caglhiari, 47 anos, a movimentação do Festival de Cinema de Gramado é muito boa para o município, mas também não chega a impulsionar a comercialização de roupas de inverno. “Nós atendemos turistas que vem para o evento, claro, só que o volume de vendas em função do Festival não têm sido o esperado”, comenta.

Mas apesar do sol que surgiu hoje pela manhã, e da surpresa com o calor ameno, fora de época, Gramado aposta na esperança de um inverno mais longo. É fato: para a cidade e região, as baixas temperaturas e a neve aquecem os números da economia local e deixam o charme da serra ainda mais tentador.

Texto e foto por Débora Chiari, acadêmica de Jornalismo - 7º semestre

Divanir Bertoluci é proprietária de uma loja de malhas em Gramado, há mais de trinta anos


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