terça-feira, 30 de agosto de 2016

Rubens Ewald Filho, curador do 44º Festival de Cinema de Gramado, fala sobre o cenário da imprensa e a profissão de crítico de cinema

Foto: divulgação
Na manhã desta segunda-feira a equipe da AGECOM entrevistou um dos curadores do 44º Festival de Cinema de Gramado, o jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho.
Crítico de cinema há mais de 40 anos, Ewald Filho comenta que o cenário no qual a imprensa está vivendo é muito peculiar, pois o sistema tradicional está sendo substituído por novas formas de comunicação. Na visão do curador, hoje os blogs são mais importantes que os impressos. Retrato disso são os cortes que vem acontecendo no quadro de funcionários de grandes órgãos de imprensa. “A cada dia, o que você ouve : cortaram 20 aqui, 15 ali. O jornal Estado teve outro corte recente, a Folha teve um corte recente. Então se torna praticamente impossível exercitar uma profissão nesse feitio. Então vai exigir de você uma habilidade de sobrevivência com coisas novas. ”, salienta Ewald. 
Sobre a desvalorização da profissão de crítico de cinema, Ewald Filho cita uma pesquisa realizada nos Estados Unidos onde existem 140 críticos registados pela imprensa, número muito baixo visto o tamanho país. Essa desvalorização, de acordo com o crítico, tem a ver com o crescimento de influenciadores digitais que tratam sobre cinema. O curador reforça que nessa área, o sucesso é fugaz. “Hoje está em alta e amanhã não está”.
Para quem deseja seguir a carreira de crítico de cinema, é necessário que se estude e conheça cinema. Além disso, Ewald Filho explica que é importante escrever em um blog, pois esse é um grande exercício. “Primeiro descobrir e segundo descobrir a maneira de expressar, de se dirigir às pessoas e encontrar o seu caminho. Não importa se tenha formação ou não, o que vale é a intenção, a vontade e o seu talento a desenvolver”, destaca o crítico
Para finalizar, o jornalista comenta que a maior ousadia do Festival de Cinema desse ano foi trazer uma comédia (‘O Roubo da Taça’), o que não acontecia antes. Isso atrai mais público para o Festival e consequentemente para cidade de Gramado.

Rafaela Peixoto, acadêmica do 8º semestre de Publicidade e Propaganda na Universidade Feevale

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