Elaborado pelo Instituto Via BR, o documentário Repare bem busca reviver e preservar as memórias dos tempos de opressão do regime militar no país, além de retratar as
consequências nas vidas daquelas famílias que foram perseguidas. A obra, que
possui a atriz portuguesa Maria de Medeiros como diretora, concorre na mostra
competitiva de longas estrangeiros no 41º Festival de Cinema de Gramado.
Mesmo que muitos
acontecimentos tenham se passado em Roma e no norte da Holanda, os
depoimentos, que falam sobre o exilio, contam muito sobre a história do Brasil,
dos anos 70 até à atualidade.
O documentário foi um dos 19 trabalhos selecionados para
contribuírem com a recuperação de arquivos da época da ditadura militar e trás
depoimentos de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim Leite, a primeira
é a esposa, a outra, filha do jovem guerrilheiro Eduardo Leite, conhecido como
Bacuri.
Denise, ao conhecer Leite, acaba se apaixonando e precisa
escolher entre viver escondida com ele ou abandona-lo. Eles ficam juntos, e ela
acaba engravidando e leva sua vida discretamente para não ser pega. Quando é
encontrada, passa por torturas, porém os militares tomam todos os cuidados para
que ela não perca a criança.
Próximo à data de nascimento de Eduarda, num hospital
militar e rodeado de polícias, Eduardo Leite, pai da criança, também preso,
torturado durante 109 dias, em diversas localidades, Bacuri é assassinado aqui
no Brasil.
Com a sua bebé recém-nascida, Denise consegue asilo político
na embaixada chilena e de lá viaja para Santiago, onde reencontra seus pais, que
lá estão exilados. Porém sua família é novamente capturada em um golpe militar
fazendo com que Denise e Eduarda acabam por fugir para a Itália onde Denise reconstrói
sua vida e Eduarda cresce como uma jovem italiana.
Alex Seixas – Acadêmico de Jornalismo 4º semestre
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