Jaime Lerner (esq.) e Clemente Viscaino (dir.) |
Na tarde de segunda-feira 12 de agosto,
foi exibido o longa-metragem “Dyonélio” dirigido por Jaime Lerner. O filme
conta a história e trajetória de Dyonélio Machado, um dos expoentes da
literatura, psicanálise e do Partido Comunista Brasileiro. O diretor do longa
viveu dos 7 aos 24 anos em Israel. Na Universidade de Tel Aviv, Jaime ficou na
dúvida entre psicologia e cinema, mas decidiu por ser cineasta.
Após começar este curso, Jaime se
apaixonou por cinema e passou a receber atenção de um professor. Jaime conta
como surgiu a ideia de esclarecer a vida de Dyonélio “Assim, um filme anterior
que eu fiz que chama “Porto Alegre, Meu Canto no Mundo, a gente usou vários
trechos de música, de literatura sobre a cidade e o que tinha a ver com a cidade
e usei dois trechos dos Ratos do Dyonélio Machado. E ali comecei a pensar, poxa
esse cara escreve tão bem e retrata tão bem a cidade. Começou a vir a ideia de
usar texto de ficção dele retratando o centro da cidade em 1930 sobre imagens
documentais atuais e aí eu comecei a desenvolver a ideia e ler. Então pensei,
não pode ficar só nisso”.
Jaime também comenta como ele colocou
as possíveis contradições do escritor no filme “Quando a gente pesquisou e
começou a ver isso, apareceu a dimensão da pessoa. Todos nós somos
contraditórios, mas quando a gente faz um filme sobre uma pessoa, nós temos a
tendência de mostrar só um lado mas o interessante pra criar a dramaticidade e
dar o conflito era mostrar os dois lados e mostrar justamente essa
profundidade”.
Em meio a entrevista o ator que
interpretou Dyonélio, Clemente Viscaino fala como ele se preparou para
interpretar este grande escritor “Nós ensaiamos muito pouco tempo, e eu
trabalhei no Dyonélio, se eu ficasse com muitas especulações em cima dele, eu
trabalhei no racional dele. Eu tenho que trabalhar no racional, na ideia dele e
memorizar as coisas que ele tem.”. O ator Clemente Vascaíno revela que
interpretar Dyonélio Machado, fez com que ele conseguisse entender melhor o seu
pai, que foi um imigrante e anarquista “Pra mim foi um grande prêmio,
interpretar este homem mudou muita coisa na minha cabeça. Hoje entendo atitudes
de meu pai.”
Júlia Klein – Acadêmica de Jornalismo,
2° semestre.
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