Cacá Nazário |
A vida e a obra de Caio Fernando Abreu, ou melhor, Caio F., como
gostava de ser chamado, foi exibida num documentário intitulado de “Sobre sete
ondas verdes espumantes”. Essa obra foi exibida ontem, às 16 horas, no Palácio
dos Festivais.
O trabalho apresentado foge um pouco da linha de documentários
convencionais. O codiretor Cacá Nazário explica: “É Road Movie poético, um
filme de estradas. A gente foi nos vestígios dele, onde ele morou na Europa. A
gente arriscou, fez um filme mais poético. A maneira que a gente ia viajando,
ia descobrindo facetas do Caio, da literatura, da forma e visão de mundo dele.
Fizemos quatro países da Europa, interior do Rio Grande do Sul, onde ele
nasceu. Não é um filme de entrevistas, é um filme poético”.
Sobre sete ondas verdes espumantes tem uma peculiaridade
interessante: é todo dividido em capítulos, como se fosse um livro. E esses
capítulos foram separados em sete e receberam o nome de ondas. São elas: onda
da solidão, do espanto, do amor, da melancolia, do transbordamento, do
irremediável e para além dos muros. Todos eles retratam a obra de Caio de uma
forma diferente, sem conter entrevistas, porém textos e cartas de Caio narrados
nas vozes de amigos e pessoas próximas a ele: Adriana Calcanhoto e Maria
Adelaide Amaral.
Como é um documentário que retrata a vida e a obra do escritor,
houve um grande trabalho de pesquisa. A justificativa sobre a temática fica por
conta do ator e amigo de Caio, Marcos Breda: “Caio Fernando Abreu dispensa
apresentações pela riqueza, pela obra dele. Entre as mil curiosidades sobre ele
é que quando ele estava escrevendo ele se perguntava onde fica a câmera nesse
momento que eu estou escrevendo essa cena, essa passagem. Ele escrevia pensando
em guiar o olhar de quem estava lendo. O texto do Caio é bom de ser lido, de
ser dito em voz alta e de ser visto também. Esse filme é uma homenagem que ele
ficaria muito feliz de assistir também”.
O documentário traz através da sua composição todo trabalho do
Caio de uma maneira diferente da que se conhece, unindo o cinema com a sua
literatura, que era um desejo dele. E como toda obra do Caio, se tem dor, amor,
melancolia e tristeza, causando emoção a quem assiste.
Bruna Haas Pacheco, Acadêmica do 1º semestre de Jornalismo
Excelente trabalho Bruna!
ResponderExcluirTive acesso a algumas cartas do Caio, disponibilizadas na internet, e realmente o documentário deve ser tocante. De uma poesia e delicadeza únicas.
Espero ansioso para poder assisti-lo.
Ótimo texto Bruna. Mesmo não conhecendo nada sobre ele, dá vontade de ver o documentário para saber mais sobre a vida e a obra de Caio.
ResponderExcluirParabéns.