Diretora de filmes, criadora de imagens e jornalista, Mirela Kruel faz de suas obras audiovisuais um conceito para quem acredita na criatividade compartilhada e na aposta de temas sociais. Neste ano, a diretora traz ao Festival de Cinema de Gramado o curta metragem Catadora de Gente, que concorre na mostra competitiva.
O curta documental traz os bastidores, de uma forma muito
sensível, da vida de Maria Tugira Cardoso, que tem uma vida dedicada à catar
lixo em Uruguaiana. É sobre este trabalho que ela nos falou em entrevista
exclusiva.
1- Como foi a pesquisa para o curta-metragem Catadora de Gente?
Na verdade, a Tugira eu já conhecia de alguns outros trabalhos que
eu fiz para a Fundação Luterana que me chamou para fazer um filme sobre
catadores
de um projeto que elas apoiam. Nesse projeto conheci ela e me
apaixonei pela história. Principalmente nesse momento histórico que a gente
está vivendo, de contar a história de uma mulher, uma grande lutadora, com uma
personalidade muita forte e um força muito grande. Além disso, uma mulher que
não pensa só nela e sim na sua comunidade. Vi então na história da Tugira a
história de muitas mulheres, de muitas catadoras e uma história também social
que tem a ver com as desigualdades do nosso país.
2 - Como é ter o curta estar em Gramado esse ano?
É sempre muito legal a gente pode falar um pouco mais sobre o
filme e sobre o processo do realizador. Também é muito bom participar porque a
gente escuta o outro, escuta os espectadores do filme, os críticos, a imprensa,
então, é aquele momento de troca que é importante tanto para o realizador
quanto para o próprio filme.
3 - O que o filme pode influenciar na cultura latino-americana?
Eu acho que o Catadora de Gente para cultura latino-americana é
fundamental, porque fala sobre o povo. Temos estes contrastes sociais que são
tão marcantes na américa latina, como a luta de um povo para sobreviver com seu
trabalho, a luta dessas mulheres para ganhar espaço, para ganhar respeito da
sociedade. Então é um filme que dialoga muito com os aspectos sociais de toda a
américa latina e hoje a gente pode dizer que de todo o mundo, porque cada vez
mais esses contrastes estão presentes, então quando a gente traz a história
dessas pessoas que não são vistas pela sociedade, estamos proporcionando um
olhar mais apurado, um olhar mais atento a essas questões sociais.
Felipe Scheibe|7º semestre de Jornalismo
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