A tarde de quinta-feira foi marcada pela mesa de debate
sobre distribuição, licenciamento e marketing de conteúdo audiovisual, que
aconteceu às 16 horas na sala de debates da Sociedade Recreio Gramadense. Entre
os participantes estavam Patrick Connolly, representante da Sundance Films,
Lídia Damatto, da FiGa Films, Laércio Bognar, da Vitrine Filmes, Carla
Domingues, do canal Brasil, Jair Silva, da O2 Play e Paula Gastaud, do Sofá
Digital.
Patrick Connolly comenta sobre as produções do canal Sundance Foto: Pedro Kotz |
Inicialmente os participantes se apresentaram e falaram sobre
o trabalho que desenvolveram. Em seguida foram feitas perguntas relacionadas a
produção e distribuição de filmes independentes em solo brasileiro. Patrick
Connolly, representante do canal estrangeiro Sundance, comentou que vai trazer
produções voltadas para o público brasileiro e latino através do Sundance
Channel Brasil, tentando assim se consolidar no mercado brasileiro de conteúdo
audiovisual. Carla Domingues, responsável pela distribuição de filmes do Canal
Brasil, disse que o seu canal tem como principal objetivo exibir produções
brasileiras, independentes e comerciais, tendo um conteúdo 95% nacional, exceto
pela participação de alguns longas latinos que são exibidos no domingo. Ambos
falaram a respeito das produções estrangeiras serem fortes concorrentes dos
trabalhos nacionais, mas acreditavam que os canais precisavam ter um equilíbrio
em relação ao conteúdo e que ele deveria ser distribuído de maneira que
agradasse ao telespectador. Em relação ao marketing, Carla disse que o Canal
Brasil busca divulgar o máximo o conteúdo nacional, com o objetivo de
incentivar o público brasileiro a consumir o conteúdo produzido no país.
Já o representante da Vitrine Filmes, Laércio Bognar,
ressaltou que os filmes independentes sofrem com o número de salas de cinema no
Brasil, que é relativamente pequeno comparado ao de outros países do mundo,
fazendo com que os cinemas brasileiros priorizem os filmes blockbusters ao
invés das produções independentes realizadas no país. Isso demonstra a
preocupação dos cinemas em apenas lucrar em cima das suas salas, enquanto os
produtores independentes sofrem para conseguir incentivo para os seus projetos.
Ele ainda comentou que no Brasil as capitais São Paulo e Rio de Janeiro são as
que dão mais lucro para as produções independentes, já as outras capitais
acabam tendo uma rentabilidade menor. Isso se deve ao número de salas de
cinema, pois como apontado por ele, é inviável levar filmes independentes para
cidades do interior, porque em sua grande maioria não possuem muitas salas de
cinema e o filme não lucraria o suficiente.
Laércio Bognar, representante da Vitrine Filmes Foto:Pedro Kotz |
Jair Silva,
integrante da O2 Play, disse que o serviço On Demand veio para ficar e serviços
de streaming como a Netflix conseguiram cativar o público através da
possibilidade de assistir filmes e séries onde e quando quiser. Ele acredita
que esse serviço não é um rival do cinema tradicional, mas que para que o cinema
possa desfrutar dele é preciso se adaptar. No final da discussão os
participantes chegaram ao consenso de que o cinema brasileiro está buscando
encontrar novas maneiras para atrair seu público, principalmente se tratando de
produções independentes. Eles também reconheceram que os filmes comerciais
produzidos no Brasil vêm se destacando nas salas de cinema e aos poucos vem
conquistando seu espaço em meio ao público.
Andrei Souza, acadêmico do 4º semestre de Jornalismo na
Universidade Feevale
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